O autismo e a relação com os brinquedos sempre foi um grande desafio.
É comum buscarmos brinquedos e objetos para auxiliar no desenvolvimento de nossos filhos autistas. Mas, será que estamos fazendo boas escolhas? Aliás, no início do diagnóstico de meus filhos, eu era a verdadeira “mãe sacoleira”!
Há algum tempo, a maioria dos brinquedos envolvia ir para fora de casa. Assim, havia muita atividade física e jogo imaginativo. Contudo, hoje as crianças brincam com dispositivos eletrônicos. E outras engenhocas que restringem exercícios de movimento.
Embora muitos desses jogos e brinquedos sejam divertidos, com alguma base educacional, há pontos a observar. Por exemplo, eles não fornecem elementos necessários ao desenvolvimento e atividade da construção cerebral da criança.
Crianças da ‘era digital’
Alguns estudos indicam que crianças da era digital têm mais habilidades motoras finas. Isso porque estão, constantemente, deslizando e tocando telas. Certamente, em vez de usar seus dedos, mãos, pulsos e cotovelos.
Alguns jogos, como ‘Minecraft’ e aplicativos educacionais, são bons para resolução de problemas. E habilidades de pensamento crítico. No entanto, impedem a construção de habilidades motoras brutas. Elas permitem o desenvolvimento de músculos necessários para tarefas do dia a dia.
Assim, ao procurar brinquedos para comprar, pense antes. Pergunte a si mesma se o brinquedo incentiva o movimento. Ou se ele restringe a mobilidade. Se a mobilidade estiver subdesenvolvida, as consequências não serão boas. Coisas como causar problemas de atenção ou agravar problemas sensoriais. Além de aumentar a possibilidade de problemas emocionais, inquietação, colapsos, mau comportamento e ansiedade.
Qualquer brinquedo que traga movimento à rotina do seu filho é bom. Para o corpo e para o cérebro. Além de apresentar infinitas possibilidades de engajamento e de relacionamento! E o mais importante, financeiramente, eles são muito mais baratos do que os brinquedos de entretenimento.
Escolha sempre o desenvolvimento para nutrir e desenvolver o cérebro de seu filho.
Texto de Karlen Pagel – Fisioterapeuta e DIRFloortime® (DIR-Proficient)
Insta: @motivacaoaautismo
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.