O último Relatório do CDC (Centro de Controle de Doenças e Prevenção), publicado no início deste mês, aponta aumento na incidência do autismo. Nos EUA, uma em cada 44 crianças com 8 anos de idade está dentro do TEA – Transtorno do Espectro do Autismo. O estudo anterior era de 1 para 54 e foi divulgado em 2020.
O dado não deve assustar. Antes, ele serve para reforçar a importância do diagnóstico e do tratamento precoces. Somente assim, podemos otimizar as habilidades dessas crianças. Além disso, podemos, também, lutar por políticas públicas e serviços mais assertivos. Ou seja, que atendam, com eficiência e dignidade as crianças e suas famílias.
O estudo realizado nos Estados Unidos traz dados interessantes. Para acessá-lo, na íntegra, clique neste link, do site do CDC. Entretanto, aqui no Brasil, não temos dados oficiais sobre essa prevalência. Contudo, o blog da Neurológica aponta que em nosso país, não há diferença de etnia, cultura, grupo socioeconômico, ou outra característica diferencial.
Mas, vale lembrar, persiste a diferença para os grupos desfavorecidos economicamente. Neles, o diagnóstico é mais tardio. Como consequência, há menor acesso a terapias, o que torna a quantidade de casos mais severos, proporcionalmente maior.
Por isso, devemos entender esse aumento na incidência do Autismo nos Estados Unidos e aqui no Brasil.
1. Forma de diagnóstico, é o primeiro motivo. Ou seja, houve mudança e melhora nos critérios de diagnóstico. Assim, casos leves podem ser diagnosticados. E não somente casos graves e moderados.
2. Maior número de médicos especializados, é o segundo. Não só médicos mas também os demais profissionais especializados em TEA. Logo, há maior facilidade para encaminhar as suspeitas de casos do autismo.
3. Portanto, há também, mais informações sobre o assunto circulando entre os profissionais. Ou seja, o diagnóstico é clínico e multidisciplinar. As informações são impulsionadas pelas mídias, atuação de ONGs, de grupos de mães e pais e até pelos próprios autistas.
4. A Pesquisa e apoio são o quarto motivo. Com eles desenvolvemos mais e melhores recursos. Mesmo que ainda haja muito o que se fazer.
Texto de Selma Sueli Silva, autista e jornalista
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Interessante a análise. Existe alguma análise histórica dessa incidência? Diferenciações entre espectros considerados "regulares"? - não sei se me expressei bem.