Which Brings Me to You, apesar de alguns problemas, se concretiza como um Antes do Amanhecer contemporâneo graças a Nat Wolff e Lucy Hale
Which Brings Me to You é um romance muito fofo e esperto. Com inspiração em Antes do Amanhecer, o filme envolve graças às interpretações perfeitas de Nat Wolff e Lucy Hale. Ambos esbanjam química e humanidades como o casal de protagonistas. Além disso, a construção da narrativa tem aspectos muito interessantes. O principal exemplo disso é o próprio formato da história. Isso porque a trama se desenrola como uma conversa entre o casal de protagonistas e vai pouco a pouco revelando flashbacks que nos ajudam a compreender o passado e a bagagem que cada um deles traz.
Qual a história do filme Which Brings Me to You?
Em Which Brings Me To You, uma festa de casamento acontece e Jane (Lucy Hale), uma jornalista freelancer, e Will (Nat Wolff), um fotógrafo, se sentem instantaneamente atraídos um pelo outro. Então, os dois se encontram de forma ardente no vestiário; Porém, decidem dar um passo atrás e explorar o que realmente os trouxe até ali.
E em vez de seguir com um simples rolo de uma noite, eles concordam em trocar confissões sinceras sobre seus passados românticos. Assim, revelam experiências e cicatrizes que moldaram suas vidas. Com isso, eles compartilham histórias de amor, desilusões e sonhos não realizados. Dessa forma, a conexão entre eles se aprofunda. Isso modifica suas ideias sobre relacionamentos e o que realmente significa amar. Então, Jane e Will começam a perceber que algo muito mais profundo pode acontecer entre eles.
Comédia romântica com Lucy Hale e Nat Wolff na Amazon Prime Vídeo
Este é um dos filmes que mais se aproxima de mostrar duas pessoas se apaixonando de verdade. Ao mesmo tempo, a obra toca em questões universais complexas de relacionamentos. Tudo isso funciona muito bem graças à grandiosidade do casal de protagonistas. Isso porque tanto Lucy Hale quanto Nat Wolff compõem seus personagens não como arquétipos do gênero, mas como pessoas reais que apresentam suas motivações, charmes e falhas particulares.
Nat Wolff, mesmo não tendo pinta de galã, consegue tornar-se um mocinho crível e extremamente atraente. E Lucy Hale, sempre uma atriz interessante, mostra mais uma vez seu tino para comédias românticas. Essa habilidade, que a fez ganhar a alcunha de “Meg Ryan de sua geração” por trabalhos como esse, é muito mais rara nas estrelas de hoje do que nos anos 1990 ou 2000. Suas mocinhas, aliás, são sempre complexas e adoráveis. Além de apresentarem humanidades que provocam a identificação com o público ou com alguém que os espectadores conheçam.
O aspecto cômico, no entanto, é negligenciado durante a produção. Afinal, parece haver uma certa indecisão no tom da narrativa. Afinal, a condução do enredo apresenta um quê de comédia romântica e toques de drama romântico. Essa alternância de tom nem sempre acontece de maneira fluída. Com isso, o longa-metragem às vezes se torna monótono e formulaico. Assim, a narrativa repleta de flashbacks se desgasta no desenrolar da história. Apesar disso, o filme é bonito e consegue emocionar. É fácil se envolver com as histórias dos personagens e torcer por eles. Tudo isso culmina em um belo final.
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Avaliação
Autora
Sophia Mendonça é jornalista, professora universitária e escritora. Além disso, é mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Ela também ministrou aulas de “Tópicos em Produção de Texto: Crítica de Cinema “na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), junto ao professor Nísio Teixeira. Além disso, Sophia dá aulas de “Literatura Brasileira Contemporânea “na Universidade Federal de Pelotas (UfPel), com ênfase em neurodiversidade e questões de gênero.
Atualmente, Sophia é youtuber do canal “Mundo Autista”, crítica de cinema no “Portal UAI” e repórter da “Revista Autismo“. Aliás, ela atua como criadora de conteúdo desde 2009, quando estreou como crítica de cinema, colaborando com o site Cineplayers!. Também, é formada nos cursos “Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica” (2020) e “A Arte do FIlme” (2018), do professor Pablo Villaça.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.