O título deste artigo soa um pouco estranho. Parece fora de propósito. Assim, não seria melhor: “Você tem medo de morrer?” Certamente, que não. A pergunta é: Você tem medo de nascer? Vamos entender um pouco mais sobre isso.
Na realidade, tudo dependerá de como concebemos o nascimento e a morte. Por exemplo: Para quem a morte significa o fim da vida, que encara a morte como passagem definitiva para o além, onde encontrará na eternidade, o “prêmio” ou o “castigo”, como funciona? Para essas pessoas falar em medo de nascer, parece não fazer o menor sentido.
Contudo, vamos à reflexão: O Criador nos dotou de organismo biológico com funções automáticas e sistemas complexos. Aliás, tudo se interliga extraordinariamente. E sem, sequer, precisar de nossa intervenção. Além disso, temos um eficiente mecanismo psicológico constituído pela mente e pela sensibilidade. Mas, de que vale isso, se tudo termina com a morte? Tal fato, não me parece resistir a menor lógica!
Ao pensar na morte, é inevitável recordar de imagens que me foram inculcadas em minha infância. Todas, a respeito do mais além. Desfilam em minha retina mental, cenas do verdadeiro pavor diante de uma eternidade. Mas devo dizer que hoje, tais imagens, não fazem o menor sentido para mim.
E então, o que dizer da inteligência do homem, essa dádiva do Criador? A história da humanidade registra grandes descobrimentos da ciência. Além disso, há extraordinárias linhas do pensamento, originadas em mentes estudiosas e capazes que beneficiaram e continuam beneficiando a humanidade. Assim, promovem avanços em todos os campos: nas artes, nas ciências, enfim, em todas as áreas.
Aliás, quantas pessoas têm feito tanto bem aos semelhantes, das mais diversas formas e nos mais variados campos. Graças à sua inteligência e sensibilidade! A propósito, poucos se preocupam em cultivar o sentimento de gratidão. Ou seja, o reconhecimento a essas inteligências, pelo que hoje todos desfrutamos em nosso dia a dia, graças a tantos avanços.
Desse modo, observamos no campo espiritual, um enorme desequilíbrio em relação às conquistas da ciência e da tecnologia. Enfim, o cenário que hoje vivemos, fala com eloquência a respeito da desorientação reinante na humanidade. Basta acompanharmos o comportamento de povos e nações, os conflitos e ambições, os desvios em relação aos conceitos e valores. Vivemos um redemoinho de ideias dissolventes, de ideologias que buscam, a todo custo, prevalecerem no cenário político.
Voltando ao tema central deste artigo, concebo a morte como parte da vida. Em um ciclo de extraordinárias projeções na minha existência e na existência de todos os seres humanos. Compreendo que vivemos para evoluir, para desvendar o enigma da nossa própria existência. E, assim, nos irmanarmos em um grande sentimento de humanidade, na medida em que vamos descobrindo os dois fins da nossa existência. Conforme ensina a Logosofia:
“Evoluir rumo à perfeição e nos constituirmos em verdadeiros servidores da humanidade.”
Vivemos para renascer, não para morrer.
Francisco Liberato Póvoa Filho, é educador, autor e co-autor de oito livros de Geografia, para Ensino Fundamental e Ensino Médio e cinco livros na área de Gestão Educacional. Toca violão e piano. Tem 3 músicas infantis incluídas no CD “Ser Feliz”, lançado em 2003.
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