Já ouviu a exclamação, diante das realizações e conquistas de alguém? “Como fulano(a) tem sorte na vida! Veja só aonde chegou. Olha o que conseguiu realizar!” Mas… você acredita na sorte e no destino?
Atribuir uma conquista ou uma realização, à sorte ou ao destino, além de um grande equívoco é, também, uma grande injustiça. Da mesma forma, acontece com um resultado digno de comemoração. Contudo, é comum observarmos tendência generalizada de se considerar apenas os resultados obtidos por alguém. Ou, em outras palavras, sequer levam em conta o caminho percorrido para alcançá-lo. Por exemplo, a trajetória de lutas, esforços, dedicação e até sacrifício direcionados àquela conquista ou realização.
Pablo Casals, o notável violoncelista espanhol, é considerado o maior violoncelista de todos os tempos. Afinal, ele era detentor de uma técnica apuradíssima. Então, próximo aos seus 90 anos, um dos seus alunos queria saber: ‘para que ainda exercitar o violoncelo por cerca de oito horas diárias?’.
A dúvida surgiu do fato de Pablo Casals já ser magnífico no instrumento e reconhecido por todos. Entretanto, para a surpresa do estudante, o notável violoncelista se limitou a dizer: – “Já comprovei que quanto mais eu estudo, mais melhoro minha técnica”. Portanto, temos aí, um belo exemplo. A técnica apurada de Casals era resultado de muito estudo e dedicação. E não de sorte ou destino.
Definitivamente, não existe sorte ou destino prefixado para ninguém. O que existe é empenho, esforço, força de vontade, disciplina e dedicação. Tudo isso, aliado ao uso da inteligência e de outros recursos internos. Alcançar os objetivos é a consequência.
Admitir a existência do fator sorte, seria uma ofensa ao Criador e uma grande injustiça. Assim, em outras palavras, significaria considerar que Ele estaria fazendo distinção
entre alguns seres humanos. Privilegiando uns e outros não.Quantas pessoas enfrentaram (e enfrentam) grandes dificuldades e desafios em sua trajetória de vida? Mas seguiram firmes até conquistar condição digna de registro! Foram noites mal dormidas. Madrugadas dedicadas ao estudo, à busca dos recursos necessários para alcançar os objetivos propostos. Essa é a parte “invisível” da conquista. É a parte de esforço e até de sacrifício, em prol de um objetivo.
Muitas causas nobres são sustentadas por esse empenho permanente. Aliás, causas que são alimentadas pelo ideal altruísta. Pelo desejo de promover mudanças na humanidade mais próxima de nós. Avançar, sempre, apesar de todos os obstáculos que certamente, surgirão. Tais pessoas são dignas do maior respeito e admiração. E, por via de consequência, as obras que realizam também!
Antes de atribuirmos as realizações de alguém, à sorte ou ao destino, convém conhecermos sua trajetória de vida. Assim seremos justos na avaliação de tais conquistas.
“Una ao esforço a inteligência, você trabalhará menos e fará mais” (Logosofia)
Francisco Liberato Póvoa Filho, é educador, autor e co-autor de oito livros de Geografia, para Ensino Fundamental e Ensino Médio e cinco livros na área de Gestão Educacional. Toca violão e piano. Tem 3 músicas infantis incluídas no CD “Ser Feliz”, lançado em 2003.
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