Será que os psiquiatras que viciaram a minha filha em rivotril dormem à noite? - O Mundo Autista
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Será que os psiquiatras que viciaram a minha filha em rivotril dormem à noite?

Será que os psiquiatras que viciaram a minha filha em rivotril dormem à noite? Afinal, as consequencias são para o autista e sua família.

Será que os psiquiatras que viciaram a minha filha em rivotril dormem à noite? Afinal, as consequencias são para o autista e sua família.

Será que os psiquiatras que viciaram a minha filha em rivotril dormem à noite? Afinal, as consequencias são para o autista e sua família.

Será que os psiquiatras que viciaram a minha filha em rivotril dormem à noite? Afinal, as consequencias são para o autista e sua família.

E não me venham dizer que não sabiam. O ano era 2009, e os efeitos nefastos do clonazepan já eram conhecidos. Ao contrário, a indicação chegou a 75 gotas, na adolescência. Mas, para o profissional, era mais fácil dopar do que tratar. Isso porque dava à mãe, fonte do seu pagamento, uma pretensa tranquilidade. E a pobre ignorante, acreditava que o profissional sabia o que estava fazendo. Então, quando eu questionava os efeitos, diziam que era melhor garantir a qualidade de vida no presente que me preocupar com os efeitos a longo prazo.

A cada dose ministrada por minhas mãos, um pedaço de mim se partia e muitos neurônios de minha filha morriam ou ficavam comprometidos. Hoje, os efeitos nos açoitam. Não há profissional que consiga fazer o desmame. Ou será que não querem? Um paciente viciado tem comportamento semelhante ao da pessoa viciada em drogas (i)lícitas. Soma-se a isso ao colapso provocado por uma Internet sem lei, a produtores de conteúdo inconsequentes, a pais que se negam a encarar o filho autista adulto, preferindo acreditar que são seres escolhidos para serem anjos azuis que sempre vão precisar dos pais e, finalmente, a adultos autistas que reagem a tudo isso, não com o compromisso de levar informações a esses pais. Ao contrário, devolvem a sociedade o que receberam. Todos são inimigos. É o adulto autista contra o mundo.

Psiquiatras que viciaram a minha filha em rivotril: as consequencias são para o autista e sua família

Do alto de meus sessentinhas, já me auto agrdi, já quis atacar muitas jugulares. Já chorei, pedi que me levassem de um mundo inóspito aos meus sentidos e cérebro neurodivergente, caí, levantei e TIVE de seguir. Agora, como mãe autista, sei do meu sofrimento, palpável, presente e cruel. Mas sei também do sofrimento intensificado da filha autista. Que não deve ser comparado mas, no mínimo, deve ser considerado. Não existe sofrimento de mãe incompreendida x sofrimento de filha autista sofredora ad eternum. Existe, sim, a necessidade inquestionável de um aprendizado de como conviver com essa realidade de forma produtiva, essência de nossa humanidade, e sem o fatalismo do determinismo. É difícil “pra c…”, mas não pode ser considerado impossível. Como mãe de autista adulta, não sou responsável por sua felicidade.

Conclusões

Procuro, desesperadamente, aprender a conviver. Nessa realidade, não há referência, o autismo ainda está sendo desbravado. A modinha fica por conta de alguns profissionais, ávidos a lucrar com o filão de pais e autistas desesperados e/ou, confusos, Os amigos até os tenho, mas se vão diante de minha realidade tão atípica. Nenhuma amizade resistiu ao tempo. Educadores estudam, se especializam, dão palestras, entrevistas mas, quando se veem frente ao colapso de um autista vem as redes, declaram que são incompreendidos e atacados e bloqueiam a ex-aluna, com a qual já usufruiu e assinou artigos que antes, foram convenientes a ela. Outras sequer dizem o motivo do afastamento. Bloqueiam, sem dó, inclusive a família. Não querem se comprometer diante de seus pacientes/ clientes. São especialistas(?) mas falham brutalmente diante da realidade.

Há exceçoes? Claro, Só não chegam a contabilizar 3 dedos de minha mão. Sigo, me equilibrando entre crises, gastos de 50% de meu salário com remédios, demandas que se multiplicam e um cansaço crescente, Perdoem! O lado maravilhoso do meu autismo e da minha filha vocês todos já conhecem. Me permito, agora, a compartilhar o parte do sofrimento que sempre existiu. E, como sempre foi, esse sofrimento não me detém, de meus pedaços é que nasce minha força. Até agora deu certo. E vai continuar dando. Essa é minha determinação.

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Autora

Selma Sueli Silva é criadora de conteúdo e empreendedora no projeto multimídia Mundo Autista D&I, escritora e radialista. Especialista em Comunicação e Gestão Empresarial (IEC/MG), ela atua como editora no site O Mundo Autista (Portal UAI) e é articulista na Revista Autismo (Canal Autismo). Em 2019, recebeu o prêmio de Boas Práticas do programa da União Europeia Erasmus+. Prêmio Microinfluenciadores Digitais 2023, na categoria PcD. É membro da UNESCOSOST movimento de sustentabilidade Criativa, desde 2022.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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