Saúde mental é problema de todos nós: sociedade, familiares, instituições, entidades e a própria pessoa que passa por dificuldades. Uma holandesa de 28 anos escolheu a eutanásia, marcada para maio, devido a problemas de saúde mental intratáveis. Intratáveis? Como assim? Os médicos, a sociedade, os familiares e até ela jogaram a toalha?
Que a família e até a pessoa, no caso essa holandesa, se desesperem, eu posso até entender. Afinal, é um sofrimento solitário indescritível. Mas esse sofrimento só atinge tal dimensão, por não ter o apoio dos diversos setores da sociedade. Além claro, da própria sociedade. Para quem é do tipo “não tem a ver comigo”, é só passear de maneira descompromissada pelos números que apontam os números de pessoas adoecidas mentalmente, principalmente no pós pandemia.
Uma em cada dez pessoas entre 5 e 24 anos vive com pelo menos um transtorno mental diagnosticável, conforme estudo. Análise com dados até à pandemia indica a existência de uma crise na saúde mental dos jovens ao redor do mundo: crianças estão mais ansiosas e, adolescentes, mais deprimidos.
E então eu pergunto: a sociedade vai mesmo acompanhar notícias como essa vinda da Holanda, como se não fosse problema nosso. Até quando vamos perder talentos
que podem, apesar de um funcionamento diferente, agregar valor a todo nosso coletivo como seres humanos? Ou em bom português: Até quando vamos varrer para debaixo do tapete, uma realidade tão cruel como a morte dessa jovem, o suicídio de tantas mães, o assassinato de tantas crianças e jovens. Tudo isso, por falta de empatia, de políticas públicas eficientes, pela falta de uma educação efetiva. Em outras palavras: a construção de uma sociedade justa, digna, equânime e humanizada é tarefa de todos nós!Selma Sueli Silva é criadora de conteúdo e empreendedora no projeto multimídia Mundo Autista D&I, escritora e radialista. Especialista em Comunicação e Gestão Empresarial (IEC/MG), ela atua como editora no site O Mundo Autista (Portal UAI) e é articulista na Revista Autismo (Canal Autismo). Em 2019, recebeu o prêmio de Boas Práticas do programa da União Europeia Erasmus+. Prêmio Microinfluenciadores Digitais 2022, na categoria PcD. É membro da UNESCOSOST movimento de sustentabilidade Criativa, desde 2022.
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