Danielle e o Autismo na Adolescência (2016) foi o primeiro livro que escrevi. Afinal, eu redigi o texto da obra quatro anos antes do lançamento dela, que viu a luz do dia somente depois da excelente repercussão da minha estreia como autora com Outro Olhar (2015). E ainda hoje ainda me deparo com críticas positivas a este meu romance Danielle. A mais recente, escrita pelo jornalista Paulo Fortunato e publicada pela APAE-Curitiba, me emocionou pela leitura sensível do livro e gostaria de comparilhar tal análise com vocês.
Em uma sociedade onde ser “normal” é frequentemente valorizado, o romance “Danielle e o Autismo na Adolescência”, da autora autista Sophia Mendonça, oferece uma perspectiva íntima e esclarecedora sobre a vida de uma adolescente com Síndrome de Asperger. A contadora de histórias e crítica literária Roberta Colen destaca esta obra como um marco importante na literatura juvenil, abordando temas complexos como autismo, autoaceitação, e as turbulências da adolescência.
Danielle, uma jovem de 16 anos diagnosticada com Asperger aos 8, representa a luta contínua pela autoaceitação em um mundo que frequentemente mal interpreta seu comportamento. Suas crises, resultado de uma constante autocrítica e ansiedade, são descritas com uma profundidade emocional que desafia a noção comum do autismo “leve”. A personagem principal, enfrentando questões como baixa autoestima, fobia social, e transtornos alimentares, simboliza a complexidade do espectro autista.
A obra de Mendonça vai além de contar uma história; ela proporciona um vislumbre da realidade vivida por muitos adolescentes no espectro autista. A paixão de Danielle por vilões de novelas e seu desejo de ser aceita ressoam com muitos jovens que se sentem marginalizados. Seu refúgio na literatura e no entretenimento artístico é um lembrete poderoso de como a arte pode ser uma forma de escapismo e compreensão.
O relacionamento de Danielle com seus pais, especialmente sua mãe, destaca a importância do apoio familiar. Enquanto seu pai inicialmente nega seu diagnóstico, a mãe permanece uma fonte constante de amor e encorajamento. Este aspecto do romance sublinha a necessidade de compreensão e aceitação dentro da estrutura familiar para indivíduos no espectro.
“Danielle e o Autismo na Adolescência” não é apenas uma história sobre os desafios do autismo; é uma narrativa sobre sonhos, identidade, e a busca por um lugar no mundo. A história de Danielle é uma que inspira empatia e compreensão, e destaca a necessidade de inclusão e aceitação na sociedade.
Para a comunidade da Apae Curitiba e todos que buscam compreender melhor os desafios e experiências de jovens no espectro autista, o romance “Danielle e o Autismo na Adolescência”, de Sophia Mendonça, surge como uma leitura essencial. Este livro não apenas ilumina os aspectos emocionais e sociais do autismo na adolescência, mas também oferece uma história de coragem, autoaceitação e esperança. Através dos olhos de Danielle, leitores de todas as idades podem ganhar uma nova perspectiva sobre as lutas e triunfos dos indivíduos no espectro. Esta obra é uma ferramenta valiosa para educadores, pais, e jovens, proporcionando uma base sólida para discussões sobre inclusão, empatia e o poder da compreensão. Recomendamos calorosamente este livro à nossa comunidade na Apae Curitiba, como uma fonte de inspiração e conscientização sobre a diversidade e riqueza do espectro autista.
Aliás, a autora de Danielle, Sophia Mendonça, é jornalista e escritora. Também, atua como youtuber do canal “Mundo Autista” desde 2015. Também, é mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Assim, em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Além disso, em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.
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