“Impostora”, de R. F. Kuang, é um romance envolvente que aborda temas como o plágio e a apropriação cultural.
“Impostora”, de R. F. Kuang, é um romance envolvente que aborda temas como o plágio e a apropriação cultural. Com isso, apresenta críticas ácidas à cultura de trabalho das grandes editoras.
Ter uma personagem desagradável e que atua como uma narradora pouco confiável revela uma faca de dois gumes. Por um lado, a protagonista June atiça a nossa curiosidade pelo enredo e nos prende à trama. Por outro lado, o livro acaba com uma sensação frustrante e amarga. Pelo menos eu senti algo do tipo: “li isso tudo para quê?”.
Outra coisa que me incomodou, aliás, são os que personagens não tem muito carisma nem nuances tão bem delineadas. A protagonista parece a caricatura da branca preconceituosa e não tem lados agradáveis. Athena, que se assemelha mais a alguém de carne e osso, não tem muito espaço para ser melhor desenvolvida.
O final é inconclusivo e, pior, me deu a sensação de que não me levou a lugar nenhum. Além disso, algumas situações que movimentam a história soam bastante repetitivas. Também não gostei de alguns devaneios da personagem, que parecem deslocados, como quando o livro parece caminhar para elementos sobrenaturais.
No fim, penso que a leitura valeu a pena porque me levou por um percurso de contestar meus sentimentos, ao notar que minha hiper empatia me levou a torcer por uma figura odiosa.
Sophia Mendonça é jornalista, professora universitária e escritora. Além disso, é mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Ela também ministrou aulas de “Tópicos em Produção de Texto: Crítica de Cinema “na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), junto ao professor Nísio Teixeira. Além disso, Sophia dá aulas de “Literatura Brasileira Contemporânea “na Universidade Federal de Pelotas (UfPel), com ênfase em neurodiversidade e questões de gênero.
Atualmente, Sophia é youtuber do canal “Mundo Autista”, crítica de cinema no “Portal UAI” e repórter da “Revista Autismo“. Aliás, ela atua como criadora de conteúdo desde 2009, quando estreou como crítica de cinema, colaborando com o site Cineplayers!. Também, é formada nos cursos “Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica” (2020) e “A Arte do FIlme” (2018), do professor Pablo Villaça.
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