Arte e entretenimento

Resenha: “Amar é Relativo”, de Sophie Kinsella

Amar é Relativo é uma comédia romântica diferenciada e com o senso de humor esperto que é típico das obras da Sophie Kinsella. Aliás, ela é minha autora favorita. O livro se inicia como um romance doce e inusitado. Assim, apresenta cenas muito fofos e uma sátira divertida ao universo dos artistas e escritores. 

Depois disso, a autora vai pouco a pouco desconstruindo esse romance idealizado. Além disso, os personagens – tanto principais quanto coadjuvantes – tem personalidades fortes e contrastantes. Essas personas vão do empresário pragmático à ativista feminista. Nesse sentido, a protagonista Ava é particularmente cativante, com seu jeito espiritual de encarar as situações.

Resenha do livro Amar é Relativo, de Sophie Kinsella

Também gosto da maneira como alguns temas mais dramáticos, como doença auto-imune e sororidade, vão surgindo durante o desenrolar do enredo. Outro ponto forte é como o Harold, o cachorro da protagonista, além de satirizar e representar a relação entre cães e donos, é retratado de maneira cômica e fofa. Sua presença, então, não deixa nada a desejar se comparada a qualquer personagem humano. Além disso, é muito bonito o carinho da Ava com ele.

Por sinal, Ava é uma personagem muito divertida, com aquele jeito otimista típico das mocinhas de Sophie Kinsella, mas voltado para um lado mais alternativo e espiritual de quem gosta de yoga e músicas meditativas. Há também algumas caricaturas, que tornam tudo ainda mais engraçado, quase em tom de paródia. Afinal, Ava resgata livros e objetos como se eles tivessem alma. Exemplos disso são livros e, pasmem!, a própria cama. Enfim, Ava não é ridícula, mas fofa e espontânea.

Também vale destacar as construções e desconstruções do relacionamento entre o casal principal. Essas oscilações ditam as tonalidades que imperam na obra. Isso confere uma outra credibilidade a noções abstratas de química e atração. Além de mostrar o cuidado um com o outro. No fim, o aprendizado e a transformação que o relacionamento traz a eles é outro trunfo do livro.

Avaliação

Avaliação: 5 de 5.

Sophia Mendonça é jornalista, professora universitária e escritora. Além disso, é mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Ela também ministrou aulas de “Tópicos em Produção de Texto: Crítica de Cinema “na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), junto ao professor Nísio Teixeira. Além disso, Sophia dá aulas de “Literatura Brasileira Contemporânea “na Universidade Federal de Pelotas (UfPel), com ênfase em neurodiversidade e questões de gênero.

Atualmente, Sophia é youtuber do canal “Mundo Autista”, crítica de cinema no “Portal UAI” e repórter da “Revista Autismo“. Aliás, ela atua como criadora de conteúdo desde 2009, quando estreou como crítica de cinema, colaborando com o site Cineplayers!. Também, é formada nos cursos “Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica” (2020) e “A Arte do FIlme” (2018), do professor Pablo Villaça.

Mundo Autista

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