A pandemia do coronavírus nos permitiu tomar contato com uma realidade jamais imaginada. Aliás, presente por todo o planeta. A disseminação desse misterioso vírus, despertou pânico, temores, medos e angústias. Mas, também despertou solidariedade e reflexões. Exemplos: Refletimos mais sobre o valor da convivência entre as pessoas. Também sobre a importância da liberdade de ir e vir. E até mesmo, sobre o significado de um simples passeio pela rua. Ou de um aperto de mãos. Afinal, de repente, todos nos sentimos órfãos de abraços e de carinhos. Por fim, de manifestações afetivas “ao vivo”. Em outras palavras, sentimos falta de encontros presenciais, olhos nos olhos. Tudo isso, por temor de sermos mais uma vítima do coronavírus. Precisamos saber: quanto custa respirar?
Em contraponto a esse cenário, em uma manhã de domingo, ouvi uma linda melodia. Ela vinha de um violoncelo, acompanhado por um violão. Assim, fiquei surpreso e curioso. Então, fui até a janela e vi de onde partia aquele som maravilhoso. Era de um prédio vizinho. Percebi um casal de músicos, em torno de uma piscina vazia. Ainda assim, eles alegravam a vizinhança, compulsoriamente recolhida em suas residências. Aquele gesto generoso, solitário e solidário, repetiu-se nos domingos que se seguiram.
Uma ação de solidariedade do casal que buscava, com sua música, amenizar o sofrimento da prisão domiciliar. Uma prisão a que todos estávamos submetidos. Ainda que por força da pandemia.
E o que dizer do impacto das informações veiculadas pela mídia? Antes, me pareciam desinteressantes. Mas agora, provocaram muitas reflexões. Apenas para citar um exemplo: eu nunca soube que um respirador mecânico hospitalar pudesse custar o preço de um automóvel! Apesar de ser imprescindível para pacientes com a covid-19.
E qual a finalidade do respirador artificial? O respirador (ou ventilador) mecânico é uma máquina sofisticada, fruto da inteligência humana. Ele ajuda na entrada e saída de ar dos pulmões. Ou seja, ajuda o paciente a respirar. Aliás, o respirador é de alta tecnologia e de custo elevado. Mas permite que o doente respire, enquanto os pulmões se restabelecem.
Até aqui, ainda não havia me detido a refletir que eu tenho respirado “gratuitamente”. Ao longo de mais de sete décadas. Ou seja, desde que nasci, graças à generosidade do Criador que me dotou de uma “máquina” natural. Sim, os meus pulmões e do oxigênio que respiro.
Quantas pessoas, como eu, ainda não haviam pensado no quanto somos privilegiados. Certamente que somos, com tantos recursos de que dispomos. Por exemplo, de um complexo organismo biológico extraordinário. Além disso, temos um sistema mental, com as faculdades constituindo a nossa inteligência. E não para por aí. Temos uma sensibilidade composta pelas faculdades sensíveis de amar, querer, sentir e muitas outras. Por fim, vale lembrar: todos possuímos uma natureza espiritual. E é essa natureza que é fonte de muitos enigmas que, continuamente, somos convidados a desvendar.
Francisco Liberato Póvoa Filho, é educador, autor e coautor de oito livros de Geografia, para Ensino Fundamental e Ensino Médio e cinco livros na área de Gestão Educacional. Toca violão e piano. Tem 3 músicas infantis incluídas no CD “Ser Feliz”, lançado em 2003.
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