Victor Mendonça e Raphael Giffoni
Victor Mendonça: Hoje, eu estou com uma pessoa de que eu sou muito fã, um cara que é realmente admirável, que é o Raphael Giffoni. Ele é músico. Trabalhou como engenheiro mecânico, é professor de música e tem toda uma carreira voltada para a questão da criação da música, de usar a música para revelar às pessoas todo o potencial que elas têm.
Raphael Giffoni: Fiquei um pouquinho assim de formar e larguei a faculdade para ser músico. Todo mundo ficou doido comigo: “Você é maluco? Largando a Federal para fazer música?”. “Eu: É”. Porque sempre foi o meu sonho, sempre foi a minha vida, sempre foi um motivo de bem estar para mim e fez todo o sentido. Inclusive, você foi uma das pessoas que me ajudou na decisão e no processo inteiro. Você e sua mãe, a Selma. Então, um agradecimento imenso a vocês e várias outras pessoas que não vou citar aqui, agora, senão vou tirar a lista aqui, gigante. Mas sim, a música mudou a minha vida completamente.
Victor Mendonça: E que lindo ouvir isso, Rapha. Realmente, a música tem esse poder. A gente tem vivido um momento muito delicado de isolamento social, pandemia. E você tem dado aulas de música, inclusive à distância, né?
Raphael Giffoni: É. Todas as aulas estão sendo online, à distância. 100% delas. E, por incrível que pareça, veio a pandemia, veio o coronavírus. “E aí, perdi meus alunos?”. Não. Eu propus aula online. A maioria disse: “Ah, será que vai ser legal”? Na prática, foi muito bacana, super funcionou. Alguns alunos falaram que nem querem voltar aqui mais na minha casa para ter aula. Porque eu tenho aluno de todo o canto de BH. Eu tenho aluno do Cidade Nova, de Contagem, eu tenho aluno da Savassi, eu tenho aluno do Santa Efigênia, São Pedro, eu tenho aluno da Pampulha, de Venda Nova. Assim, é gente que anda muito mesmo… Eu tenho aluno em Conselheiro Lafaiete. Eu tenho aluno na Suécia, Canadá. Em outras cidades: Rio de Janeiro, Montes Claros, Carmo Cajuru. Eu tenho alunos em vários lugares, assim, porque eles realmente me procuram para ter aula, eles não notaram uma diferença muito grande da aula online para a aula presencial. Claro que quem quiser continuar vindo presencialmente depois, vai continuar porque gosta do contato humano e tal, mas é zero barreira. Eu preparei aqui meu home estúdio, eu preparei para fazer aula online. Tem que ter uma câmera preparada para isso, tem que ter um microfone preparado para isso. A internet preparada para uma chamada de vídeo, videoconferência. Eu preparei aqui o meu home estúdio todo para essa aula online. Estou com uma webcam especial HD, que é uma câmera fora de série. Eu tenho uma interface de áudio, para captar um áudio com microfone profissional. Tenho microfones de áudio, para captar o melhor possível e dar a melhor experiência para o aluno. Até a internet que eu tenho aqui, com mais velocidade de upload, ela é própria para o conteúdo online.
Victor Mendonça: ah, que bacana.
Raphael Giffoni: Além das pessoas, eu tive novos alunos. Olha que engraçado. Eu tive novos alunos: a demanda por bem estar aumentou muito nesta quarentena. Muito.
Victor Mendonça: É isso que eu fico pensando, Rafa: como é que a música, das coisas que você falou, tem gente que fala assim: “ah, não quero que meu filho seja artista ou faça música, essas coisas que, entre aspas, não dão dinheiro”. Gente, quem dá dinheiro é pai e mãe, como dizem aqueles memes do Instagram. Todo o trabalho exige um estudo, um preparo, pesquisas… Todo um trabalho. E olha, como você falou, essa demanda por bem estar, música, em um momento delicado, pode unir as pessoas.
Raphael Giffoni: É, e existe um preconceito, uma sede, uma fome assim, por status, né. “Meu filho fazendo engenharia”, “fazendo medicina”, “meu filho ser advogado”, “ser dentista” e “sair do ensino médio e fazer uma faculdade renome, sair da faculdade, casar e ter filhos”. Então, assim, existe toda… como falo: fazer um caminho pré-definido que muitas vezes, os pais gostam disso, principalmente porque é uma “segurança”, na teoria. Meu pai e minha mãe não tiveram uma vida tão rica de oportunidades, como a minha, então eles acham que as oportunidades são essenciais. Isso fica na cabeça de todo mundo: “música não dá dinheiro e tal”. Rola também um músico que não é músico: a pessoa ela toca, mas na noite, em casa de shows, mas não é a primeira profissão dela. Aí, ela não trata como profissionalismo. E, ainda tem o lema “sexo, drogas e rock’n’roll”, vida boêmia da Bossa Nova e da Tropicália, assim tem um tanto de coisas do meio artístico, que dá a entender que música é bagunça, curtição. “Trabalha na noite?” Você é vagabundo. Não é bem assim.
Victor Mendonça: Não é mesmo. É algo que é só para quem tem talento mesmo. Na verdade, muita gente tem talento, a vocação a gente pode desenvolver com você, Rapha. Eu aprendi que a música, porque esse cara que a gente está entrevistando hoje, gente, é um cara que tem uma inteligência, um cognitivismo incrível, que passa por todas as matemáticas, filosofias, e poderia ser de qualquer outra área que ele seria bom, mas envolve tudo que acaba sendo artístico. Muito obrigado, Rapha!
Contato Raphael Giffoni
Instagram: @raphaelgiffonigtr
Youtube: Raphael Giffoni
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