Por que o autista transforma aprendizado em regras? Vamos entender esse ‘fascinante mundo do autismo’. Um mundo de muito aprendizado, sofrimento e vitórias. Uma das primeiras lições aprendidas foi que:
Na contramão do que acontece quando você constrói uma casa, em que a obra leva meses para ficar pronta, o autista toma pra si tudo que vê e observa. Na hora. E, dessa forma, imediatamente, transforma aquilo em regra.
Por exemplo, “todas às vezes que vamos à casa de minha avó, passamos por essas ruas.” Então, ao mudar o caminho, você desorganiza uma regra criada por seu filho. Isso significa que nunca mais vocês vão poder fazer outro caminho? Não. Isso quer dizer que a desconstrução de uma regra leva mais tempo.
Dessa forma, precisamos estar atentos com essa construção de regras. Elas podem, inclusive, se consolidar como crenças limitantes para os autistas. O que vai, certamente, comprometer o seu futuro. Mas por que o cérebro neurodivergente tenta criar regras para tudo? Para que o mundo e a vida se tornem mais previsíveis para ele. E, também, mais confortável.
As funções executivas são um conjunto de processos comportamentais complexos. Esse conjunto é que permite que a pessoa seja independente e autônoma. Elas estão ligadas a processos volitivos. Esses processos nos permitem expressar nossa vontade. Em outras palavras, eles são cognitivos. Ou seja, dependem de nossa capacidade para adquirir conhecimento e desenvolver emoções. Tudo isso, com base no raciocínio, linguagem e memória.
Os processos volitivos podem ser aplicados conscientemente ou podem ser automatizados. Ou seja, pode, se transformar em hábitos, com o tempo. É o que acontece com os autistas. Os processos volitivos também são ligados à capacidade da pessoa de estabelecer metas. Certamente, com base na motivação e na consciência de si mesmo e do ambiente.
Além disso, eles envolvem processos emocionais e motivacionais. Ou seja, como uma ação intencional para um objetivo planejado.
Em outras palavras, uma ação produtiva baseada na capacidade de iniciar, manter, modificar ou interromper um conjunto complexo de ações. E, também, de atitudes organizadas e integradas.As funções executivas começam a se desenvolver nos primeiros anos de vida. E terminam o processo de maturação no final da adolescência. Elas são responsáveis pelo processo cognitivo que inclui o planejamento e execução de atividades como controle de impulsos, iniciação de tarefas, memória de trabalho, cuidados, entre outros.
Em suma, o desenvolvimento das funções executivas durante a infância, aos poucos, proporciona adequação e melhor desempenho para a iniciar, manter e finalizar tarefas.
No Transtorno do Espectro Autista – TEA a pessoa que possui disfunção executiva pode apresentar:
Autocrítica diminuída, falta de preocupação com o futuro.
Indiferença afetiva, apatia.
Senso crítico diminuído ou ausente.
Irritabilidade, desinibição, impulsividade.
Baixa flexibilidade e rigidez de comportamento.
Além disso, apresentam, também, em muitos casos, a perseveração e euforia. Essa perseveração é a repetição contínua e persistente na exposição de uma opinião, ou ideia. A medicina define como aquele processo contínuo de uma atividade. Após, certamente, à finalização de um estímulo. Ou seja, é a insistência no mesmo estado de espírito.
Percebem como tudo isso é mais desafiador para os autistas? Mas, que fique claro. Nada é impossível. Afinal, para o autista, tudo isso pode ocorrer. De forma diferente, mas ocorre.
Texto de Selma Sueli Silva
Você sabia que a música Firework, de Katy Perry, é um hino budista? Confira a…
Enfeitiçados parte de uma premissa inovadora e tematicamente relevante. O filme traz uma metáfora para…
Sophia Mendonça resenha o especial de Natal A Nonsense Christmas with Sabrina Carpenter, com esquetes…
O autismo na série Geek Girl, uma adaptação da Netflix para os livros de Holly…
Os Fantasmas Ainda se Divertem funciona bem como uma fan service ancorada na nostalgia relacionada…
Ainda Estou Aqui, com Fernanda Torres, recebeu duas indicações ao Globo de Ouro e está…