“Ouvir histórias é melhor do que ler.” Esta foi a resposta dada por uma criança quando eu e minha parceira Tatiane Moreira, perguntamos se ela gostava de ouvir histórias. Assim, essa afirmação provocou em mim algumas reflexões sobre o acesso ao livro e a leitura. E mais, ainda, o letramento literário, a disponibilidade emocional, o protagonismo, dentre outras.
Ouvir histórias é estar com a escuta aberta, é estar disponível para o outro. Ou seja, é se permitir acessar, ser atravessado pelas narrativas. Por outro lado, contar história é um gesto de amor, de doação, de entrega ao outro. Enfim, é afetar e se deixar ser afetado também. É uma interação genuína, olho no olho, sem máscaras ou filtros. Em consonância, ler para alguém é oferecer outras lentes, um novo olhar sobre um mesmo acontecimento. Além disso, é apresentar possibilidades que a pessoa não conhece ou ainda não viveu. Mas, todas são experiências sensoriais, fisiológicas, emocionais e sociais.
Partimos do princípio que o exercício de narrar histórias ocorra sem julgamentos, sem imposição, sem cobrança. Aliás, uma narração sem hierarquia, sem disputa, sem qualquer comparação. Certamente, é uma escolha que passa pela via do afeto e do respeito. Então, outra pergunta que fizemos aos adolescentes, era se eles queriam ouvir histórias. Afinal, a escuta do outro nos é muito cara! Sobretudo, em tempos de atenção fragmentada em vídeos de 15 segundos, o que exige de nós um esforço hercúleo de criatividade para alcançar a audiência do público em um momento offline.
Respeitamos muito a história de cada pessoa diante de nós. Ou seja, respeitamos a individualidade do público. Além do mais, respeitamos sua ancestralidade e, acima de tudo, a humanidade que há em cada um que nos oferece seu tempo, sua escuta e sua presença.
Cada pessoa traz consigo um repertório de experiências e de leituras. E, assim, as histórias podem desencadear encontros ou desencontros, ressignificar ou incomodar. Doer ou curar. Emocionar, abrir o apetite ou despertar o desejo. Dessa maneira, histórias podem reconfortar ou nos tirar da zona de conforto.
Portanto, convidamos você a viver a experiência da leitura. Se redescobrir através da literatura. O saber popular e a oralidade podem te surpreender. Conte suas histórias, peça alguém para lhe contar alguma história que ouviu.
Além disso, experimente ler para você mesmo ou ler para alguém que você ama. Leia com uma criança, um jovem, um idoso, um animal, um amigo ou até um desconhecido. Leia. Conte. Ouça.
Se tiver interesse em conhecer mais sobre nosso trabalho, nos levar à sua biblioteca, instituição, escola ou ao seu grupo familiar, visite nosso perfil no instagram @filhadasdaterrahistorias. Será um prazer compartilhar histórias com você!
Roberta Colen Linhares, natural de Belo Horizonte – MG, casada, mãe de Arthur e Isis, contadora de histórias pelo Instituto Aletria, e atualmente é graduanda do Curso de Letras na PUC Minas.
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