Victor Mendonça e Raphael Giffoni
Victor e Raphael falam sobre as ferramentas que a música desenvolve nas pessoas.
Victor Mendonça: No último episódio, Rapha, a gente falou sobre a questão da música. Sua relação com a música, na procura por bem-estar, e que muitos alunos vieram até você nesta quarentena. Então, eu queria aprofundar mais a ligação da música com o bem-estar. Como é que se dá?
Raphael Giffoni: É maravilhoso! Para aprender música, para aprender um instrumento, a gente precisa vencer várias barreiras em relação a nós mesmos, entre elas a ansiedade, a autoestima. Então, a gente trabalha tudo isso durante as aulas. Entre elas, a consciência corporal, você tem que ter consciência de onde os seus dedos vão. Ouvir: você tem que prestar atenção, você tem que ouvir aquela música, sentir ela no corpo. Você tem que prestar atenção nas mãos tocando, na música chegando, prever o que está vindo. Então, a música não é trabalho fácil, realmente, mas é um trabalho que todo mundo consegue fazer, 100% das pessoas. Então, se você acha que não consegue tentar — “ah, não tenho o dom”, “não tenho talento” –, você só precisa exercitar. Por exemplo: eu tenho um aluno que era muito ansioso, ele roía as unhas. E sempre que eu passo alguma coisa para fazer, o ideal é fazer lentamente. Para o seu corpo acostumar. E ele sempre fazia rápido.
Victor Mendonça: Eu me identifico com esse aluno.
Raphael Giffoni: Identifica mesmo (risos). Então, você precisa controlar a ansiedade de chegar ao resultado. Porque, na música, você pode ter o melhor professor do mundo, mas se você não resolve os problemas internos… Na música, se você não consegue controlar a sua ansiedade, olhar para si mesmo ter paciência para chegar aos resultados, perseverança, persistência, você não consegue chegar ao resultado final. Então, eu martelo isso na cabeça dos alunos sempre. “Cara você tem que se controlar, tem que ficar tranquilo. Tira a ansiedade da aula, não traz a ansiedade para a aula. Traz a música para a sua ansiedade”.
E aí, a pessoa começa a fazer lentamente e esse lentamente acaba fazendo música. A maneira mais rápida para fazer chegar ao seu objetivo com a música é fazer devagar, como qualquer coisa que você vai fazer na vida, como inglês, como natação, como musculação. Você vai devagar para aprender o movimento. E a mesma coisa funciona também com a autoestima. Você, às vezes, não consegue tocar se julgando: “Ah, eu sou péssimo. Ah, eu não tenho o dom”. E não é assim que funciona. A gente trabalha com a autoestima também. “Cara, você é maravilhoso! Continue a treinar que você vai conseguir.” Então, a música trabalha disciplina, foco, infinidades. Eu ficaria aqui meia hora só falando do que a música trabalha na vida. Mas, eu gosto muito de falar da disciplina, do foco, do controle da ansiedade, de lidar com a ansiedade e de lidar com a autoestima. Para mim são os quatro que mais atacam os meus alunos.Victor Mendonça: É muito bacana isso e são coisas que a gente pode lidar, por meio da música, trabalhar, não só músicos que vivem disso, mas para criar habilidades, ferramentas para várias outras situações da vida.
Contato Raphael Giffoni
Instagram: @raphaelgiffonigtr
Youtube: Raphael Giffoni
Você sabia que a música Firework, de Katy Perry, é um hino budista? Confira a…
Enfeitiçados parte de uma premissa inovadora e tematicamente relevante. O filme traz uma metáfora para…
Sophia Mendonça resenha o especial de Natal A Nonsense Christmas with Sabrina Carpenter, com esquetes…
O autismo na série Geek Girl, uma adaptação da Netflix para os livros de Holly…
Os Fantasmas Ainda se Divertem funciona bem como uma fan service ancorada na nostalgia relacionada…
Ainda Estou Aqui, com Fernanda Torres, recebeu duas indicações ao Globo de Ouro e está…