Educação

O suporte que mudou minha vida como autista

Hoje quero falar sobre o suporte que mudou minha vida como autista. É que, sempre que reflito sobre a minha trajetória, tanto na fase escolar quanto na acadêmica, percebo que existe um mito muito comum. Isso quer dizer que há uma ideia de que, para incluir um aluno autista, é preciso ser um “expert” no diagnóstico. Porém, na minha experiência, o apoio mais importante que recebi em toda a minha vida não veio de manuais técnicos. E sim do apoio humano.

Onde a técnica encontra o limite e o suporte que mudou minha vida como autista

Muitas vezes, as pessoas focam tanto nas características gerais do autismo que acabam esquecendo de olhar para o indivíduo à frente delas. Contudo, ao longo dos meus estudos, tive colegas e professores que foram fundamentais. E o que eles tinham em comum é que não eram necessariamente as pessoas que mais haviam lido sobre o espectro. No entanto, eram aquelas que mais entendiam de gente e de educação.

Conexão e Diálogo

Para mim, a inclusão real aconteceu quando consegui criar uma conexão verdadeira. Esses professores e amigos se dispuseram a construir comigo:

  • Uma relação de aprendizado mútuo: Eles não estavam ali apenas para “me ensinar”, mas para aprender comigo também.
  • Um diálogo aberto: Onde as minhas dificuldades e potências eram discutidas com naturalidade.

Entendendo a “Sophia” para além do Autismo

O autismo se manifesta de formas diferentes em cada pessoa. O que esse apoio humano me proporcionou foi alguém que conseguisse entender as nuances de como o autismo se manifestava em mim, na Sophia.

Essas pessoas não viam apenas um conjunto de sintomas; elas viam a minha individualidade. Portanto, elas percebiam o que me travava e o que me impulsionava. Com isso, adaptaram o olhar de forma sensível e pedagógica.

Minha conclusão: O suporte que mudou minha vida como autista

Hoje, posso dizer com segurança: esse suporte humano foi muito mais importante do que qualquer outra estrutura ou adaptação técnica. A técnica é importante, sim, mas sem empatia e sem o desejo real de se conectar com o outro, ela é incompleta.

Então, se você é educador ou convive com pessoas neurodivergentes, não tenha medo de não saber tudo sobre o diagnóstico. Em vez disso, comece pelo humano. O resto, a gente constrói no diálogo.

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Autora

Sophia Mendonça é jornalista, professora universitária e escritora. Além disso, é mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UFPel). Ela também ministrou aulas de “Tópicos em Produção de Texto: Crítica de Cinema “na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), junto ao professor Nísio Teixeira. Além disso, Sophia dá aulas de “Literatura Brasileira Contemporânea “na Universidade Federal de Pelotas (UfPel), com ênfase em neurodiversidade e questões de gênero.

Atualmente, Sophia é youtuber do canal “Mundo Autista”, crítica de cinema no “Portal UAI” e repórter da “Revista Autismo“. Aliás, ela atua como criadora de conteúdo desde 2009, quando estreou como crítica de cinema, colaborando com o site Cineplayers!. Também, é formada nos cursos “Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica” (2020) e “A Arte do FIlme” (2018), do professor Pablo Villaça. Além disso, é autora de livros-reportagens como “Neurodivergentes” (2019), “Ikeda” (2020) e “Metamorfoses” (2023). Na ficção, escreveu obras como “Danielle, asperger” (2016) e “A Influenciadora e o Crítico” (2025).

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