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O Rio do Fluxo Incessante de Nossos Pensamentos.

Renan Kleber Lopes Dias

Gosto de usar uma metáfora muito bonita com meus alunos, sejam eles de yoga ou de meditação, para eles melhor entenderem o conceito de auto-observação. Primeiro peço para eles que imaginem as suas mentes como um rio de fluxo incessante de pensamentos. Em seguida, lhes falo que a grande maioria das pessoas, atualmente, se encontra dentro desse rio, brincando com a água, se confundindo com seu conteúdo. Por fim, lhes peço que, tendo constatado esse fato, saiam do rio e vão para a margem, simplesmente observando esse rio correr, sem se misturar com ele, seguro, fora dele.

Muitas pessoas possuem uma mente muito prática, e lhes contar essa história lhes ajuda a entender melhor como funciona o seu psiquismo e como lidar com ele. Mas para que precisamos de exercitar a capacidade de observar nossos pensamentos? Qual a função da auto-observação? Bom, lhes digo que, primeiramente, podemos criar um espaço entre nós e nossos pensamento. Mas qual a função disso? Quanto maior é o espaço entre o seu Ser e seus pensamentos, ou seja, quanto mais firme e ancorado na margem do rio você estiver, longe de se misturar com ele, maior é o ponto de presença e silêncio em sua mente. E desejamos esse ponto de silêncio pois é através dele que conseguimos nos comunicar com a nossa real essência. E, comunicando com nossa real essência, certamente tomaremos melhores decisões nas nossas vidas, escolheremos melhor nossas palavras e atitudes, seremos melhores pessoas, enfim. Estaremos colaborando com o mundo para elevar o nosso nível de consciência total.

Então, quando estamos meditando em grupo, nas minhas aulas, sempre relembro os alunos a metáfora do rio. Convido-os a ir para a margem e, quanto mais conseguimos estar lá, maior é nossa facilidade de sair do rio. Pode ser que você tenha uma tendência natural de voltar para a água (você é assim também?), mas, com a prática, sair dela fica cada vez mais fácil e cada vez mais prazeroso. Imagine só, você, sentado meditando e tendo a capacidade de observar, boa parte do tempo, os seus pensamentos, sem se envolver com eles em nenhum tipo de história que eles te contem, seja sobre o passado, seja sobre o futuro.

Definitivamente, esta é uma das práticas mais poderosas e preciosas que teremos nesse momento da história da humanidade. Explico porquê: Estamos vivendo um período que nós, seres humanos, estamos nos trabalhando, das mais diferentes formas, para elevar a vibração energética da terra e mudar, de vez, a frequência dos pensamentos que emanamos para o ambiente. E, sendo assim, como todo período de mudança substancial, fica mais evidente, mais exposto, tudo aquilo que nos prende ao passado, aos hábitos errôneos e padrões destrutivos.

Portanto, exercitar a capacidade de observar e, consequentemente, deixar de agir instintivamente, ou melhor, deixar de reagir a todas as situações que se nos apresenta, para passar a usar mais o seu coração (veja meu outro artigo sobre o coração: https://omundoautista.uai.com.br/coracao-o-coach-interno-de-cada-um/) e sua consciência elevada, tudo isso colabora para criar um meio muito mais leve e agradável de se viver. Seja no seu núcleo familiar, seja no trabalho, seja com seus amigos ou em qualquer lugar que esteja.

Vocês já ouviram aquela velha frase atribuída a Gandhi? “Seja a mudança que você quer ver no mundo”? Pois então, essa frase, atemporal, faz todo o sentido, também, no momento atual. Ser a mudança é arregaçar as mangas e trabalhar a si mesmo, em todos os instantes. Todas as situações nas nossas vidas são, em potencial, experiências que nos ensinam e nos permitem nossa evolução e desenvolvimento. (Falarei mais sobre isso no meu próximo artigo, portanto, fique ligado.) E quanto mais autoconsciente você for, maior é a mudança, sua e do seu mundo.

E lembre-se sempre: você não é o rio, você não está preso em seu conteúdo. Nade para a margem e experimente o desligamento dessa influência dos pensamentos que, tantas vezes, nos causa aborrecimentos. Em qualquer lugar que esteja, em qualquer tempo, lembre-se do rio. Passo a passo, pouco a pouco, você é, sim, capaz.

Renan Dias

Praticante do Yoga, desde 2012, Renan Kleber Lopes Dias se formou como professor de yoga pelo Estúdio Namaskara – SP, professor Mário Reinert, em um curso de 2 anos. É graduado em psicologia pela UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais, com especialização em psicologia social e formação complementar em pedagogia. Atualmente, dedica seu tempo ao estudo e ensino do yoga e meditação, oferecendo workshops sobre Yoga e Psicologia, além de oficinas de escrita e mandalas para crianças. Contato pelo Instagram: @almasirmãs

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