O que são os gatilhos na vida de um autista? Quando se é íntimo de um, é bom saber ou ter uma ideia, pelo menos. No texto anterior do Blog, ‘Diagnóstico e o reconhecimento autista‘, eu falei de algumas situações vividas por mim, ao longo da vida, que são gatilhos para um colapso. Mas, o que são esses tais gatilhos?
O que são os gatilhos
Um gatilho é um lembrete de uma forte emoção, de uma dor emocional ou até mesmo de um trauma passado. Assim, esse lembrete pode levar uma pessoa a sentir tristeza, raiva, medo, ansiedade ou pânico. Também pode fazer com que alguém tenha flashbacks. E vale para todas as pessoas. Então, qual é a diferença na vida de alguém que está dentro do TEA – Transtorno do Espectro do Autismo?
Os gatilhos na vida do autista
Na vida do autista, os gatilhos, normalmente, geram as crises ou colapsos. A pessoa se lembra de alguma situação que trouxe desconforto e se desregula emocionalmente. Assim, apresenta uma série de comportamentos estressantes. Aliás, o estresse se espalha pelo ambiente quando, quem está à volta, não sabe lidar com a situação.
Dessa maneira, é importante dizer que o gatilho não é a causa desse desconforto. Se quem está à volta tentar resolver o fato em si, estudando o contexto, não será bem sucedido. A causa é mais profunda e está lá atrás.
As causas e os gatilhos na vida do autista podem surpreender você
Na segunda-feira, dia 05 de dezembro, tinha horário marcado com minha dentista. Finalmente, depois do meu diagnóstico chego a uma fase em que me sinto segura para ousar. Então, resolvi ir de carro. Eliminei fatores que poderiam me estressar como chegar atrasada, ficar presa no trânsito, não encontrar vaga. Resolvi correr risco calculado. Como? Por exemplo, eliminando tudo que poderia dar errado. Assim, só me ocuparia do que fosse, de fato, imprevisível.
Saí de casa 1h40 antecipada, estudei o melhor trajeto, escolhi um estacionamento perto de onde eu iria. Porém, ao chegar lá, me deparei com um bairro tradicional, num ponto em que me lembrou quando eu era criança e percebi que havia lugares bem diferentes de onde eu morava: a Vila dos Marmiteiros.
Desse modo, senti o mesmo aperto em meu coração ao observar as casas, as árvores, os fios desgrenhados, a cor cinza predominante… Aliás, era muita informação visual e, ao mesmo tempo, pesada, tenebrosa. Senti, ainda, a mesma insegurança de quando era criança. Eu estava lá sozinha. Era um local que parecia não ter moradores. Muito menos vizinhos que conversassem entre si.
Alguns passos depois, finalmente, entrei no prédio moderno de minha dentista. E o que era melhor, além de dentista, uma amiga querida. Finalmente, consegui me controlar e recuperar a sensação de segurança, sem ceder ao aperto em meu coração que, certamente, iria deflagrar uma crise daquelas. É muito bom receber o diagnóstico, mesmo que tardio. É o passe livre ao nosso autoconhecimento. Entendedores, entenderão.
Fotos que derramam sentimentos
Selma Sueli Silva é criadora de conteúdo e empreendedora. É articulista na Revista Autismo (Canal Autismo) e Conselheira da Unesco Sost Transcriativa. Em 2019, recebeu o prêmio de Boas Práticas do programa da União Europeia Erasmus+.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.
Muito bons esses artigos..me ajuda a entender melhor o que acontece comigo..gratíssima..
Que bom. Se tiver alguma sugestão de tema, será bem vinda. Abraço
Todas essas informações são muito importantes…não Só para nosso dia a dia mas para levarmos para nossa vida onde…sabemos Q trabalhamos com crianças q requer nossa total responsabilidade e respeito..e com certeza faz nosso dia feliz amo oq faço….faço com amor respeito e sabedoria e sempre é bom estaremos abertos para mas conhecimentos
Vamos juntos. Qualquer dúvida, conte com a gente. Abraço.
Gostaria de saber sobre a sexualidade do autista,tenho um filho autista está na adolescência e acho muito difícil falar sobre o assunto.
Regiane, acho complicado para a mãe de autista falar sobre isso, se ele não demonstrou curiosidade. Se demonstrar, a resposta deve se ater ao que foi perguntado somente, ou seja se sucinta e objetiva. Caso contrário, o interessante é procurar um psicóloge que atenda autistas para que ele recebar as informações necessárias nessa fase da vida. Abraço
Bom dia,parabéns pelo artigo.
Opa, obrigada!!!
Sou dependente químico, q é uma doença, fisica, mental e espiritual, mas nao posso deixar de dizer quanto é difícil lidar com gatilhos, apesar de ter um tempo substancial sem usar drogas,gostei da parte onde vc diz q se preveniu de prováveis gatilhos,vou focar nesse recurso, pra evitar prováveis desconfortos,obgd pela ajuda.
E então, Rômulo? Tem conseguido se blindar desses gatilhos? Você pode e deve se proteger. Ninguém merece se perder nessa vida. Tudo depende de nós. Conte com a gente!
Tenho um filho com de 15 anos com diagnóstico TEA, fechado, somente,no auge da pandemia. Sempre me aprofundando no assunto. Excelente colocação qto.aos “gatilhos” que infelizmente, muitos chamam de “crise”.
Os gatilhos podem levar a um colapso (crise, no popular). Por isso, conhecer possíveis gatilhos nos leva a evitar esses colapsos. Ab,
Sempre estou em alerta ao sair com meu Filho Pequeno que é Autista e tem Epilepsia. Eu e meu Filho mais Velho sempre estamos em alerta nas ruas, até mesmo em casa, para possíveis gatilhos. Gratidão pela informação. Deus a Abençoe ❤️
Ótimo, quando temos filhe autista não podemos ligar o piloto automático!
Tento sobreviver aqui em juiz de fora mas a ruindade e grande
Poxa, Alex, sinto muito!
Boa tarde, descobrir a pouco tempo q meu filho de 15 anos é autista, fiquei surpresa, pq não entendia nada sobre esse tipo de problema, então muita vezes batia de frente com ele, e ele fica muito agressiva ao ponto de até me ameaçar.
Sim, para ele você o está agredindo e não orientando. Então, ele reage da mesma forma.
Agora ele começou a ser acompanhado por um grupo de psiquiatra, psicologia, e TO. Estava tomando remédio controlado, porém agora estou notado ele com muita ansiedade, vou relatar esse caso a médica
Esse acompanhamento com a equipe é super importante. Relate sim. E continue nos seguindo por aqui.
Me indentifico com muitas situações aqui apresentadas, gostaria de saber se tenho e qual grau de autismo posso possuir. Para isso gostaria que me informassem que profissional da área médica poderia me tirar essas dúvidas, em consulta.
Obrigado
O profissional é o psiquiatra que entenda de autismo. Busque se conhecer. Não desista de você e boa sorte!
Entrei na matéria pois meu filho é Tea e também pq sou educadora. (Minha sogra cresceu na Vila do Marmiteiro)… Meu filho tem 14 anos e tem horrores a certas situações e agora me pergunto se elas são frutos de gatilhos ou se serão no futuro. Fiquei muito feliz por ver que você dirige e enfrenta seus medos, obrigada!
Luciara, nem me fale. Saudades da Vila dos Marmiteiros. Saí de lá aos 10 anos, mas me lembro de muita coisa de lá. Esses horrores devem ser avaliados uma a um. Pois cada situação pode trazer uma explicação diferente. por exemplo: Eu odeio lugares barulhentos por causa de minha hipersensibilidade auditiva. Grosserias podem ser gatilhos para me desconstruir por causa do bullying que sofri mais nova. E por aí vai…
Amei o texto muito interessante convivo diariamente com um menino com tea, amo tanto ele que passei a ler tdos os artigos relacionado para poder ajuda lo, entede lo um pouco melhor ele é maravilhoso, carinhoso demais, mais muitas vezes tem gatilhos, as principais quando sai da rotina, mais no geral ele mesmo cria as técnicas dele para viver bem
Ei, Sara. Com o tempo, vamos aprendendo a conhecer melhor as características do autista para lidar com ele da maneira que ele merece, ou seja, com carinho e atenção.
Entendi pereitamente o peso dessas senssações todas, inclusive a dor parece um formigamento interno com melancolias e tudo o mais. Engraçado o termo “montanha russa”. Eu lembro tudo que senti do que passou, mas nunca sei se positivo ou negativo, até por quê num tava prestando atenção nas partes em que “todo mundo” ainda estava ouvindo quando tinha uma luz, tinha tal coisa, mas era tal coisa.
“A luz atrapalhou”, hahahahha, imagina isso virar preconceito contra autistas.
E daí que ridicularizado, explorado, manejado, desacreditado, complexo….
Sou um preguiçoso sem vergonha, prolixo broxante, subtrativo….etcetcetc
E asperger nem é autismo
Esses cientistas comunistas que inventaram “autismo funcional”.
Sou mau carater mesmo. Preciso melhorar pra ser aceito, um dia….ah, um diaaa. (Sem nenhuma ironia, acredito que certos diagnósticos são simples.) ” cada oequena coisa causa um, ja é, Um turbilhao de, de sentimentos…” – Thiago, do Ídulos programa de Tv.
É… Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é!