O que é carma no Budismo? - O Mundo Autista
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O que é carma no Budismo?

O que é carma no Budismo? Conheça sobre a lei de causa e efeito e as noções de carma pessoal e coletivo, mutável e imutável.

O que é carma no Budismo? Conheça sobre a lei de causa e efeito e as noções de carma pessoal e coletivo, mutável e imutável.

O que é carma no Budismo? Conheça sobre a lei de causa e efeito e as noções de carma pessoal e coletivo, mutável e imutável.

O que é carma no Budismo? Afinal, muita gente confunde a lei geral de causa e efeito com a lei de de causalidade defendida por Nichiren Daishonin. Isso porque a visão convencional está de acordo com ensinamentos anteriores ao Sutra do Lótus, que é considerado o principal escrito de Shakyamuni, ou Siddharta Gautama. Nessa perspectiva, é preciso enfrentar o efeito de todas as atitudes prejudiciais e acumular novas atitudes saudáveis, quase como em uma equação matemática de difícil equilíbrio.

Porém, a ideia de carma é mais profunda e complexa. Essa palavra quer dizer ação em sânscrito e, mais especificamente, refere-se aos nossos pensamentos, palavras e ações. É que tudo isso vai gerar um impacto ou afeto na vida da pessoa. E à medida que o indivíduo se forma como sujeito, acaba-se criando tendências ou padrões de como agir, pensar ou falar em determinadas situações.

Carma no Budismo e a Lei de Causa e Efeito

Mas, o que seriam causas positivas ou negativas? Quem define o que é bom ou ruim? A priori não existe esse julgamento. Dessa forma, tudo depende da interpretação humana sobre o próprio sofrimento ou felicidade. Porém, há valores muito sedimentados historicamente que nos dão pistas do que vai nos levar a um cenário alegre e valoroso, ou do que nos conduz por um caminho tortuoso. Por exemplo, agir com benevolência e compaixão configura-se como uma causa positiva, a ser aplicada de forma de forma específica em cada contexto.

Em nossa vida cotidiana, não é incomum nomearmos os efeitos do carma de sorte ou azar. Porém, isso seria terceirizar a nossa responsabilidade pela própria vida a algo externo, talvez transcendental. Nessa perspectiva, o destino já estaria garantido. Porém, no Budismo nada é por acaso. Então, as nossas palavras, pensamentos e ações tendem a criar afetos e impactos que voltam com o mesmo teor do original. Ou seja, se sou grosseira com alguém, a tendência vai ser essa pessoa reagir de forma também não amável, por exemplo.

O que é carma no Budismo?

Então, o carma são essas tendências ou padrões que surgem a partir do nosso conjunto de ações. Porém, tal padrão pode ser dizimado quando mudo a atitude ou o comportamento que o gerou. Assim, o carma não se restringe às ações de um sujeito. Isso porque ele também engloba as reações, ou o quanto que ele permite que uma situação se torne uma bola de neve, mesmo que não tenha consciência disso.

Além disso, existem noções de carma pessoal, que é tudo que faz alguém sofrer e de carma coletivo. Esse último refere-se a tendências comportamentais de um grupo de pessoas em um determinado contexto. Como, por exemplo, no caso de uma família ou de um país. 

Carma mutável e imutável

Outros conceitos importantes são os de carma mutável, que é tudo que consigo transformar, e imutável, referindo-se ao que aos padrões que eu não conseguir modificar até a morte. Porém, isso não significa que devemos apresentar uma postura de resignação. Aliás, muito pelo contrário, a experiência que adquirimos com vivências dolorosas, seja uma doença ou crise financeira, pode nos ajudar a amenizar os desafios que surgirem.

Então, nesse movimento de transformação ou amenização do carma, o mais importante é manter uma postura corajosa que valoriza o presente, planeja o futuro e compreende o passado. Assim, se há um carma de sofrimento em determinado ambiente, essa postura ou irá atuar na transformação deste local por meio do exemplo que contagia os outros, ou a próprio sujeito mudará para um ambiente sem essa dor.  No fim, o carma serve para percebermos o que precisa ser mudado em nós e, com isso, nos conduzir ao nosso auto aprimoramento.

Sophia Mendonça é jornalista e escritora. Também, atua como youtuber do canal “Mundo Autista desde 2015. Além disso, é mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Assim, em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Já em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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