Se eu não focar nos detalhes técnicos, eu posso dizer que gostei de assistir ao filme Sílvio (2024). Mas eu tenho um motivo para gostar. É que eu vivi, em uma rádio, aquela ação. Na época, eu estreava na Rádio Itatiaia. E foi durante um dos primeiros programas que eu produzi além de participar do debate – em que eu tinha que dar a minha opinião – que aconteceu o sequestro. E aí eu tive que derrubar tudo que eu tinha planejado para colocar o sequestro em pauta.
O filme Sílvio e o sequestro de Silvio Santos
Então, ver tudo aquilo que eu vivi no início dos anos 2000 sendo retratado no filme foi interessante. Isso porque eu pude perceber que à época, na cobertura, eu tinha visto um novo Sílvio totalmente voltado para a família. Era como se fossem dois: aqui, ele não abria mão de nada e queria a todo custo, inclusive, da própria vida, preservar essa família. E do outro lado, tinha um cara com a consciência da própria imagem pública. Essa imagem se moldava ao gosto desse público. Tanto que ele escondeu que era casado durante o primeiro casamento para preservar a figura de galã.
De resto, o filme tem graves problemas. A maquiagem é sofrível. Eu senti que em alguns momentos mínimos, havia um SIlvio querendo despontar na atuação do Rodrigo Faro. Mas o tempo todo, o que eu senti foi um ator que não estava confortável em representar uma figura com toda a carga que o Silvio Santos representa na sociedade brasileira. Isso dificulta muito a imersão no longa-metragem.
Conclusão
Ainda assim, eu vi com outros olhos. Vi com os olhos de quem viveu isso à época e estava revendo como aquilo foi retratado, inclusive com muitos momentos de ficção. Com relação à representar fidedignamente, o Manuel da Nóbrega, coitado, está bem mais feio! Ele era um cara baixinho, calvo e gordinho. E no filme ele está um pouco mais alto, mas parecendo a caricatura do que era real.
Avaliação
Vídeo sobre O filme Sílvio e o sequestro de Sílvio Santos
Autora

Selma Sueli Silva é criadora de conteúdo e empreendedora no projeto multimídia Mundo Autista D&I, escritora e radialista. Especialista em Comunicação e Gestão Empresarial (IEC/MG), ela atua como editora no site O Mundo Autista (Portal UAI) e é articulista na Revista Autismo (Canal Autismo). Em 2019, recebeu o prêmio de Boas Práticas do programa da União Europeia Erasmus+. Prêmio Microinfluenciadores Digitais 2023, na categoria PcD. É membro da UNESCOSOST movimento de sustentabilidade Criativa, desde 2022. Como crítica de cinema, é formada no curso “A Arte do Filme”, do professor Pablo VIllaça.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.