Selma Sueli Silva
Tem os que não acreditam e tem os que realizam
Numa palestra que proferi na Santa Casa, em junho, reencontrei amigos queridos, como Juliene e Dan César. Juliene Fernanda Firmino, fonoaudióloga que tem um trabalho lindo no CRAEI – Centro de Referência e Apoio à Educação Inclusiva Rafael Veneroso. Ela abraçou como desafio melhorar a capacidade comunicativa da pessoa com deficiência, para proporcionar melhor interação das crianças com os seus familiares, escola e em todas suas relações sociais. Dan César é educador físico e acredita (e comprova) que não há limitações esportivas para qualquer pessoa com deficiência. Juntos, eles receberam o Prêmio no Concurso Servidor Inovador/2015, da Prefeitura Municipal de Betim, pelo projeto “O Corpo que Fala”, que promove a qualidade de vida de crianças com deficiências por meio de ações integradas da Saúde e Educação.
Estava lá, também, Cristiane de Abreu Tonelli Ricci, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta e professora universitária. Além dos atendimentos, Cristiane, com 30 anos de dedicação, auxilia crianças na adequação postural e orienta escolas sobre dificuldades de processamento sensorial e seus impactos na vida do aluno.
Foi quando nasceu a determinação de um “Encontro Inclusivo” com pessoas que amam e realizam ações na área da inclusão. Ontem, nos reunimos no Sebrae-MG, cortesia do professor universitário e empresário Geisse Martins, autista que trabalha na vanguarda da criação de ferramentas para a inclusão.
Dessa forma, para quem se pergunta “como incluir sem ter sido capacitado”, que reclama “Eu até quero, mas minha escola não me oferece condições”, que fala, mas não age, “eu acho linda a causa, mas não sei como ajudar”, saiba: o que compartilhei foi uma tarde de relatos inspiradores.
Sempre ouvi reclamações de que não há brinquedos interessantes para pessoas com deficiência. Como assim? E as brincadeiras de nossos avós e pais – eles também já foram crianças. Foi acreditando nisso que Maurício Lima fundou, há mais de 30 anos, a Origem. Essa empresa seleciona jogos do mundo inteiro para divertir e resgatar a sabedoria milenar dessas brincadeiras.
Já o professor Múcio Corrêa Ribeiro Filho deixou para trás uma carreira de promotor de eventos para se dedicar à educação inclusiva. Ele e a esposa, Patrícia Carvalho Corrêa, que é pedagoga, atuam na Escola Estadual Cândida Cabral. Patrícia é especialista em Neurociências aplicadas a educação e graduanda em Neuropsicopedagia.
A cidade de Olinda, em Pernambuco, nos brindou com a presença da psicóloga, psicopedagoga e professora do Atendimento Educacional Especializado – AEE da Prefeitura de Recife, Gisele Cristiane Oliveira da Silva. Ela trabalha ainda, na Secretaria de Educação da Prefeitura do Jaboatão Guararapes, como analista educacional e é professora de pós-graduação em Educação Especial.
Frederico Mourão nos apresentou como a tecnologia contribui com a inclusão. Ele é Gerente Regional de Negócios da Hasten, ao lado de Rubinger da área de informática, que distribuem o TIX – um painel assistivo que abre as portas da inclusão aos portadores de paralisias cerebrais e motoras até deficiências cognitivas, que podem existir no TEA – Transtorno do Espectro do Autismo – e Síndrome de Down. Esse painel estimula e desenvolve tanto o lado cognitivo, por meio de um software, chamado SIMPLIX, quanto o lado da autonomia e independência, de pessoas que não conseguem utilizar um computador e passam a usá-lo em todas as suas funções.
Na comunicação assistiva, o TELEPATIX permite a comunicação às pessoas que apresentam ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica), autismo não verbal e outros.
A psicóloga Adriana Bittencourt atua no Programa Viva o Esporte, da Prefeitura Municipal de Betim, ao lado da educadora física Ana Leonídea. Nesse projeto elas promovem a Inclusão de pessoas com deficiência no esporte paraolímpico e paradesporto.
Silvana Oliveira, também psicóloga, é professora, pós-graduada em Síndrome de Down e trabalha com inclusão por meio do projeto Gastrô for All – Gastronomia Inclusiva, que capacita pessoas com deficiência, formando garçons, bartenders, baristas e todos os profissionais do mercado food service.
Também estavam lá o Victor Mendonça e eu, do Mundo Asperger, claro! O filósofo Daisaku Ikeda me ensina: “Seja como for, a grandiosa revolução humana de uma única pessoa irá um dia impulsionar a mudança total do destino de um país e, além disso, será capaz de transformar o destino de toda a humanidade”.
Vou me valer do escritor Tolstói, do que diz um eremita ao Imperador em uma dessas histórias: “O tempo ideal de cada ação é agora, neste exato momento; a pessoa mais importante é a que se encontra à sua frente; e a tarefa essencial é fazer o bem aos outros, dando importância verdadeiramente à felicidade das pessoas”.
Estamos juntos!
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.
Parabéns
Parabéns pelo artigo