Camila Marques
Evento realizado entre os dias 20 e 23 de novembro reuniu personalidades, pais e estudantes em busca de viabilizar a inclusão na sociedade.
Indo além do debate, a edição de 2019 do Congresso Internacional de Neurociências e Aprendizagem, apresentou entre os dias 20 e 23 de novembro, ciclos de conversas, palestras e cursos voltados não só para inclusão, como a promoção da autonomia da pessoa com deficiência na sociedade.
Durante os três dias do congresso, os presentes puderam também comprar livros e conhecer ambientes reproduzindo a inclusão, como a sala de aula inclusiva adotada pela rede AEE de ensino da cidade de Contagem, na grande BH. Os chamados brinquedos pedagógicos podem ser adotados pelas crianças deficientes ou não. “A intenção é que, na criança deficiente, ele promova o desenvolvimento, porém de uma maneira que a criança deficiente e a não- deficiente possam brincar juntas”, explicou a professora Damaris Oliveira.
No dia 20, dentro do evento, aconteceu o ” Dia do bem”. Com a presença de autoridades, ativistas e entidades nacionais e internacionais, o momento serviu para reconhecer quem promove a inclusão. Na ocasião, estiveram presentes além de referências dentro do ativismo pela inclusão, representantes do Erasmus+ Programa da União Europeia para a Educação e membros do Ministério Público e Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais.
Na abertura da solenidade, a prof.a dra. Ângela Mathylde Soares, presidente do Congresso Brain Connection no Brasil, reforçou sobre a importância do afeto dentro dos processos educativos, fato cientificamente comprovado nos últimos 30 anos. Fazendo referência ao dia da Consciência Negra, ela recordou sobre os efeitos colaterais deixados pelo racismo na sociedade. ” Essa questão não deixa de ser também uma pauta sobre a inclusão. Neste caso então, parabéns para nós, duas vezes. Parabéns para mim de novo”, arrancando risadas dos presentes. O coral DEVI, do Instituto São Rafael, apresentou clássicos da MPB e do Clube da Esquina.Composto por pessoas cegas, o coral realiza atividades gratuitas voltadas para o canto e a música para pessoas cegas. O presidente do instituto, Juarez Martins, declarou sobre a importância da promoção verdadeira da inclusão.”Como cego há mais de 50 anos, tenho como preocupação em falar, de verdade, como promover a integração da pessoa cega na sociedade”, pontuou.
Mundo Asperger recebe prêmio internacional
Projeto na União Europeia e em mais sete países, o Special Tribute coloca em destaque as melhores práticas em áreas como a educação, saúde, ciência, política, religião e outras. Diversas personalidades receberam a premiação. Entre as mesmas estavam médicos, ativistas e educadores. A condecoração foi entregue aos premiados pelo chanceler
português Rui de Oliveira junto ao presidente do Brain Connection na Europa, Luís Miguel Neves.
Pelo trabalho com o Mundo Asperger, além das conquistas individuais, Selma Sueli Silva e Victor Mendonça foram premiados com a honraria. Um reconhecimento pela contribuição em prol da causa autista. O apresentador do quadro “Faça Parte” , da Record TV, advogado e ativista, Thiago Helton também foi um dos agraciados. Em entrevista ao site, disse que o prêmio agrega a sua trajetória pessoal, mas que a conquista não deixa de ser coletiva. “Um trabalho como esse só engrandece a luta pelas pessoas com deficiência”, ressaltou.
Cursos e mesas de conversa agregaram ao evento
A partir do dia 21, o evento foi marcado por uma série de cursos, debates e rodas de conversa voltados para a inclusão. Seja na mediação de debates ou nas conversas, o Mundo Asperger esteve presente. Na abertura das atividades, o Luís Miguel Neves, presidente do Brain Connection na Europa, junto à professora Donalda Baeta destacou as mudanças que estão acontecendo na Europa a favor da educação inclusiva. “Portugal tem feito mudanças na educação, tanto para pessoas com deficiência quanto as não-deficientes.Diante dos avanços científicos e das comprovações, o foco tem sido na educação humanística”, disse Donalda. Como mediador da mesa “Arte e terapia: como atividade clínica arteterapia na escola uma prática de empatia e sensibilidade”, os professores Cleison Rabelo, Raquel Romano, Lourdes Eustáquio e Isabel Cristina Martins apresentaram como a adoção de experiências afetiva como a música e protagonismo através da partilha de experiências de vida trouxeram êxito em suas práticas de ensino em suas instituições de autuação. “A arte da terapia traz qualidade de vida e protagonismo ao sujeito”, intercedeu Victor Mendonça no encontro.
Na mesa “O Diagnóstico do TEA (Transtorno do Espectro Autista) a intervenção precoce”, Selma Sueli Silva e o médico Jair de Moraes abordaram o processo em assumir o diagnóstico autista. Sobre o diagnóstico do filho Victor, Selma admitiu: ” Eu sempre notei, mas alguns profissionais percebiam, outros não.” O médico Jair de Moraes ainda ressaltou sobre a resistência que algumas famílias ainda possuem em lidar com o diagnóstico e como os avanços da medicina auxiliam esse processo.
“O autismo cresceu muito estatisticamente. Hoje, para cada mil crianças, 52 são autistas. Fui a um congresso no Recife, falou- se muito sobre esse movimento, da aceleração molecular. As doenças vão surgindo com o tempo. As pessoas têm comportamentos sutiã, porém, acham mais fácil apontá- las como esquisitas”.
Em uma última mesa com a participação do Mundo Asperger, com o tema “A superação além do Diagnóstico-Autismo: Desafios no Processo de Aprendizagem e profissional “, sob a mediação da advogada Tânia Carvalho, Victor e Selma abordaram sobre seus diagnósticos em diferentes fases da vida, além das conquistas pessoais e profissionais. Natália Costa, do CENSA- Betim, participou do encontro.
Ao longo de três dias, o V Congresso Internacional de Neurociências e Aprendizagem, movimentou mais de cem atividades, além da venda de livros e produtos. Com isso, proporcionando a pais, estudantes, professores e demais interessados ao conhecimento sobre a inclusão e suas particularidades.
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