Curso “Escritas autistas: uma autocorpografia de autores autistas” ocorreu durante a Jornada de Estudos da Linguagem da UfPEl.
Foi um prazer e umas honra ministrar o minicurso “Escritas autistas: uma autocorpografia de autores autistas” durante a Jornada de Estudos da Linguagem da Universidade Federal de Pelotas (Jel/Ufpel). Há muito que penso que a literatura é o modo mais seguro de acessarmos a heterogeneidade do autismo.
Escritas autistas: uma autocorpografia de autores autistas
A mesa foi composta por três escritores autistas: Sophia Mendonça e Selma Sueli Silva trabalharam romances, enquanto Gustavo Ruckert se aprofundou na poesia. Foi um diálogo delicioso que envolveu temas como mercado editorial, os desafios da publicação, o autismo em mulheres e a sexualidade de pessoas autistas.
Gustavo, que também é professor na área de Literatura na Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), falou sobre a importância do letramento autista. “A gente se entender como autista passa muito mais por ler, escutar e dialogar com outras pessoas autistas para tentar entender no que a gente é diferente ou semelhante. Isso diz mais sobre nós do que uma lista de características que algum laudo médico possa nos dar”, observou Gustavo Ruckert.
O que é a Jornada de Estudos da Linguagem (JEL)?
O mini curso sobre escrita de autistas integra a Jornada de Estudos da Linguagem (JEL), da Universidade Federal de Pelotas (UfPel). Em 2024, sou uma das organizadoras deste grande evento, que encontra-se em sua sétima edição.
A Jornada de Estudos da Linguagem é um evento organizado por discentes do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), em parceria com a coordenação do Programa. Busca-se, com o evento, proporcionar um ambiente de reflexão e de aprendizagem no âmbito dos estudos de linguagem, texto e imagem. A JEL tem como público-alvo os acadêmicos de Letras da região.
Evento sobre linguagem e literatura
O evento também tem como objetivo apresentar à comunidade acadêmica trabalhos que estão sendo desenvolvidos por discentes de Pós-Graduação e de Graduação em Letras da UFPel. Além disso, busca atualizar e qualificar profissionais de ensino, pesquisadores, pós-graduandos, graduandos e demais interessados pelos estudos em Linguagem. Este ano tivemos uma pluralidade de temas, que vão de libras a fake news, passando por literatura carcerária, autoficção e o grotesco na literatura, entre outros.
Sophia Mendonça é jornalista, professora universitária e escritora. Além disso, é mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Ela também ministrou aulas de “Tópicos em Produção de Texto: Crítica de Cinema “na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), junto ao professor Nísio Teixeira. Além disso, Sophia dá aulas de “Literatura Brasileira Contemporânea “na Universidade Federal de Pelotas (UfPel), com ênfase em neurodiversidade e questões de gênero.
Atualmente, Sophia é youtuber do canal “Mundo Autista”, crítica de cinema no “Portal UAI” e repórter da “Revista Autismo“. Aliás, ela atua como criadora de conteúdo desde 2009, quando estreou como crítica de cinema, colaborando com o site Cineplayers!. Também, é formada nos cursos “Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica” (2020) e “A Arte do FIlme” (2018), do professor Pablo Villaça.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.