Prólogo Meninas Nervosas, do romance Jovem Promissora (2022, Sophia Mendonça*).
Há muito tempo queria voltar a escrever ficção. Dos meus dez livros publicados, apenas dois se encaixam nessa categoria. É o caso do romance “Danielle, Asperger” (2016) e da fantasia “Entre Fadas e Bruxos” (2019).
De 2019 para cá, esbocei várias sinopses. Acontece que nenhuma delas me agradava. Parecia sempre estar faltando algo. Não que as tenha descartado. Todas convergem para o enredo de “Jovens Promissoras”. Este romance será publicado como série a partir de 12 de setembro no site do Mundo Autista.
Não quis me basear em vivências para essa obra. Toda a história é pura narrativa. Só que eu precisava buscar inspiração em algum lugar. E escolhi o hiperfoco como aliado. No processo criativo, reli duas obras que me encantaram, ainda que por motivos bem distintos. As obras são “Nova Revolução Humana” (Daisaku Ikeda) e “O Primo Basílio” (Eça de Queiroz). Vocês com certeza verão referências a ambos os romances. E também ao filme “Bela Vingança” (2021), cujo título original (“Promising Young Woman”) norteia toda a história.
Gestei o projeto em segredo. Precisava driblar minha ansiedade. Sinto-me plena agora que ele tomou forma.
A data de 12 de setembro não foi escolhida por acaso. Afinal, é quando comemoro o Hoshaku Kempon, que simboliza abandonar o provisório e revelar o verdadeiro. Desde que escrevi “Danielle, Asperger” penso que as ficções e narrativas transparecem melhor nossos sentimentos do que as tentativas de descrever a realidade.
Então, nos vemos semana que vem. O capítulo 1, “Eu escolho o mestre”, apresenta a protagonista Luiza. Será ela que vai nos conduzir por toda esta história.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.