"Resenha do livro de romance enemies to lovers "Leitura de Verão", de Emily Henry: Quando o Clichê Vira Surpresa (e a Gente Ama!).
Se você procura uma leitura leve, divertida e que te faz pensar depois de dar boas risadas, “Leitura de Verão“, de Emily Henry, é uma excelente opção. Afinal, este romance chegou para aquecer nossos corações e desmistificar um pouco as comédias românticas que a gente tanto ama. Isso fica evidente nos diálogos sobre a pouca valorização às ficções femininas e, também, no quê melancólico que paira sobre a narrativa. Com isso, provoca uma sensação agridoce.
A história nos apresenta a January Andrews, uma escritora de romances açucarados. Ironicamente, ela está passando por um momento amargo na vida e perdendo a fé nos finais felizes que tanto prega em seus livros. Do outro lado do muro (literalmente, já que são vizinhos de porta em suas casas de praia), temos Augustus Everett, um autor de ficção literária sombria e aclamado pela crítica. Contudo, ele também enfrenta um temido bloqueio criativo.
Então, em meio a essa crise literária e pessoal, surge uma aposta pra lá de ousada. Assim, January e Augustus decidem trocar de gênero. Isso quer dizer que ela tentará escrever um romance “dark” e realista, enquanto ele se aventurará no mundo dos “felizes para sempre”. Contudo, há uma condição: Ninguém pode se apaixonar no processo.
O grande trunfo de “Leitura de Verão” reside na construção de seus protagonistas. January não é apenas a mocinha otimista de seus livros. Afinal, ela também lida com a perda, com a descoberta de segredos familiares e com a fragilidade de suas próprias convicções sobre o amor. Augustus, por sua vez, quebra o estereótipo do escritor sério e introspectivo. Dessa forma, ele revela camadas de insegurança e um passado que o moldou de maneiras dolorosas.
A dinâmica entre os dois, aliás, é magnética. Os diálogos são afiados, repletos de sarcasmo inteligente e uma química que borbulha a cada interação. Dessa forma, a autora nos presenteia com um desenvolvimento gradual e realista da relação. Com isso, mostra como duas pessoas aparentemente opostas podem encontrar pontos em comum e se desafiarem a enxergar o mundo (e o amor) de novas perspectivas.
Assim, Emily Henry tece na trama temas profundos e relevantes. Exemplos disso são o luto, as expectativas familiares, a pressão criativa que todo artista enfrenta. E, principalmente, a busca pela autenticidade e pela própria voz.
A ambientação charmosa da cidade litorânea serve como um pano de fundo perfeito para essa jornada de autodescoberta e conexão. Afinas, as descrições da paisagem e da atmosfera costeira nos transportam para esse cenário idílico, tornando a leitura ainda mais envolvente.
Dessa forma, “Leitura de Verão” é uma história que nos lembra que as aparências enganam, que a vulnerabilidade pode ser uma força e que o amor, muitas vezes, floresce nos lugares mais inesperados e para as pessoas que menos imaginam.
Com uma escrita fluida, uma narrativa cativante e personagens que ficam no nosso coração, o livro de Emily Henry é a pedida perfeita para quem busca uma leitura que equilibra leveza e profundidade, risadas e momentos de pura emoção.
Sophia Mendonça é jornalista, professora universitária e escritora. Além disso, é mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Ela também ministrou aulas de “Tópicos em Produção de Texto: Crítica de Cinema “na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), junto ao professor Nísio Teixeira. Além disso, Sophia dá aulas de “Literatura Brasileira Contemporânea “na Universidade Federal de Pelotas (UfPel), com ênfase em neurodiversidade e questões de gênero.
Atualmente, Sophia é youtuber do canal “Mundo Autista”, crítica de cinema no “Portal UAI” e repórter da “Revista Autismo“. Aliás, ela atua como criadora de conteúdo desde 2009, quando estreou como crítica de cinema, colaborando com o site Cineplayers!. Também, é formada nos cursos “Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica” (2020) e “A Arte do FIlme” (2018), do professor Pablo Villaça.
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