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Juno

Sophia Mendonça explica porque o filme Juno é uma pérola dos anos 2000 e uma referência de roteiro bem escrito e desenvolvido.

Sophia Mendonça explica porque o filme Juno é uma pérola dos anos 2000 e uma referência de roteiro bem escrito e desenvolvido.

Com direção de Jason Reitman, Juno é um filme grandioso na própria simplicidade. Ou seja, esta é uma obra ao mesmo tempo muito inteligente, bastante engraçada e altamente comovente. Assim, o filme começa com o ritmo de uma comédia maluca e termina como um estudo de personagens que passamos a amar. Aliás, a produção encontra-se disponível nos catálogos da HBO Max e da Amazon Prime Video.

Elliot Page e Diablo Cody brilham em Juno

Neste sentido, parte do mérito se deve à memorável interpretação de Elliot Page no papel principal. Além de provocar aos poucos uma forte empatia pela personagem, o ator exibe uma segurança incrível para lidar com a comédia. Isto é impressionante porque o humor aqui depende de uma agilidade, mas também da capacidade de pausar para não cair em excesso.

Além dessa qualidade, vale destacar o roteiro de Diablo Cody, que ganhou o Oscar por este trabalho. Afinal, é delicioso acompanhar cada virada e surpresa de uma construção tão inteligente. E o que é ainda mais impressionante, tudo isso ocorre em momentos de reconhecimento e empatia pelas situações e personagens.

Qual o assunto do filme Juno?

Assim, neste filme, Elliot Page interpreta Juno MacGuff, uma garota de 16 anos que decide que é hora de ela experimentar o sexo. Portanto, ela convoca o melhor amigo Paulie (Michael Cera) em um experimento ao qual ele não está muito ansioso para participar. Porém, ela engravida. Mas, mesmo querendo ter o filho, ela não sente-se preparada para lidar com uma criança. Então, ouve os conselhos de sua amiga Leah (Olivia Thirby) para buscar um casal que possa adotá-lo.

Logo, Juno informa os pais sobre a gravidez em uma cena que estabelece decisivamente o quão original este filme será. Ou seja, aqui não temos uma família disfuncional e problemática, algo comum de se retratar no cinema independente. Ao contrário, Allison Janney e JK Simmons compõem os adultos da relação com altos toques de calor humano e humor irreverente, além da sabedoria que a maturidade traz.

Por que o filme Juno é bom?

Então, ela conhece os possíveis pais adotivos, Vanessa e Mark Loring (Jennifer Garner e Jason Bateman). Aliás, Vanessa tem uma quase obsessão pela maternidade, enquanto Mark tem um comportamento por vezes mais adolescente, quase próximo à própria Juno. E Jennifer Garner, em especial, apresenta momentos de brilhantismo em algumas cenas.

Assim, acompanhamos durante todos os nove meses da gravidez, que a jovem finge tratar principalmente como uma inconveniência. Mas é incrível como Page nos mostra, sem parecer nos mostrar, os sentimentos mais profundos por trás do exterior brincalhão de Juno. Já o roteiro de Diablo Cody é uma obra-prima sutil de construção. Isso porque à medida que temas ocultos emergem lentamente, sentimentos ocultos se tornam evidentes.

Avaliação

Avaliação: 4.5 de 5.

Trailer

Trailer do filme Juno, disponível no Prime Video e na HBO Max

Autora da Crítica

Sophia Mendonça é uma youtuber, podcaster, escritora e pesquisadora brasileira. Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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