Interesse Especial x Hiperfoco. Embora ambos estejam relacionados à forma como pessoas autistas interagem com seus interesses, existem distinções importantes entre eles. Foto produzida por IA
Interesse Especial x Hiperfoco. No contexto do autismo, esses são termos frequentemente usados. E, embora ambos estejam relacionados à forma como pessoas no espectro interagem com seus interesses, existem distinções importantes entre eles.
Um interesse especial é característica central do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Nada mais é que um fascínio profundo e duradouro por um ou mais temas, objetos ou atividades específicas. Para a pessoa autista, esses interesses podem ser uma fonte de grande prazer, conforto, segurança e até mesmo uma forma de autorregulação emocional.
O hiperfoco, por outro lado, é um estado de concentração intensa e absorvente em uma única tarefa ou atividade. Embora seja comum em pessoas no espectro autista, também pode ser observado em indivíduos com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) e até mesmo em neurotípicos em certas situações.
Características do Hiperfoco:
| Característica | Interesse Especial | Hiperfoco |
| Natureza | Característica central do autismo; fascínio duradouro. | Estado de concentração intensa; pode ser transitório. |
| Duração | Longo prazo (meses a anos, recorrente). | Curto a médio prazo (minutos a dias). |
| Vínculo com TEA | Fortemente associado ao TEA. | Comum no TEA, mas também presente no TDAH e neurotípicos. |
| Impacto | Fonte de prazer, conforto, conhecimento e autorregulação. | Pode levar à produtividade, mas também a isolamento ou negligência de outras tarefas. |
| Flexibilidade | Geralmente mais fixo em um ou poucos temas. | Pode ocorrer em diversas atividades, não necessariamente em um interesse profundo e único. |
Na relação Interesse Especial x Hiperfoco, observa-se que tanto o hiperfoco quanto os interesses especiais podem ser grandes aliados no desenvolvimento e aprendizado de pessoas autistas. A chave está em validá-los, compreendê-los e utilizá-los de forma construtiva.
Em ambos os casos, interesse especial x hiperfoco, a comunicação e a colaboração entre familiares, educadores e terapeutas são fundamentais para ajudar a pessoa autista a integrar esses aspectos de sua experiência de forma saudável e produtiva.
Sophia Mendonça é jornalista, professora universitária e escritora. Além disso, é mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Ela também ministrou aulas de “Tópicos em Produção de Texto: Crítica de Cinema “na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), junto ao professor Nísio Teixeira. Além disso, Sophia dá aulas de “Literatura Brasileira Contemporânea “na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), com ênfase em neurodiversidade e questões de gênero.
Atualmente, Sophia é youtuber do canal “Mundo Autista”, crítica de cinema no “Portal UAI” e repórter da “Revista Autismo“. Aliás, ela atua como criadora de conteúdo desde 2009, quando estreou como crítica de cinema, colaborando com o site Cineplayers!. Também, é formada nos cursos “Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica” (2020) e “A Arte do FIlme” (2018), do professor Pablo Villaça.
Fé, Política e o Sentido de Pertencimento, além do Crime Impossível e o Humor da…
Anaconda (2025): Entre o Deboche Metalinguístico e o Caos de Tons, Os Trunfos do novo…
Confira a lista dos 10 piores filmes de 2025 para a crítica de cinema e…
Como transformar os desafios sensoriais do Natal: Uma Perspectiva Autista em momentos de superação e…
Sofia Coppola e a Magia de "A Very Murray Christmas". Crítica do especial de natal…
Onde a técnica encontra o limite e o suporte que mudou minha vida como autista.…