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Inclusão: Semana das mães

Inclusão: Semana das mães. Então, qual o papel das mães mudou na sociedade do século atual? Ser mãe é uma escolha? O que é o filho perfeito? Mãe tem sempre amor incondicional? Assim, durante essa semana, vamos refletir sobre a maternidade em seus diversos aspectos. Embarque, com a gente, nesta viagem que dizem, é como ‘padecer no paraíso.’ Será?

Ser mãe é padecer no paraíso

Mas quem disse que é natural sofrer? Penso que não, embora o sofrimento, este sim, seja natural. É pelo sofrimento que encontramos o caminho criativo para sermos melhores. O sofrimento nos traz a criatividade necessária à criação de alternativas ao sofrimento. Sim, alternativas que nos façam felizes. Essas sim, inerentes ao ser humano e à nossa natureza.

Logo, romantizar a ideia de que ser mãe é um desafio penoso, me parece romantizar a ideia de sofrimento. Portanto, é papo furado vendido a nós mulheres para nos manipular e nos engessar em um papel idealizado do ser mãe.

É preciso pensar na inclusão das mães

Atualmente, já se sabe que a educação dos filhos demanda tempo e afeto. É portanto, uma construção diária. Certamente, trabalhosa. A maternidade não pode ser imposta como obrigação social. Aliás, nem como um desejo natural da mulher. Mas sim, como uma escolha afetiva e livre.

Cheguei a pensar que não querer ser mãe era egoísmo. Hoje sei que egoísmo é ter filho mesmo sem querer, sem se questionar. Ora, ter filho é assumir compromisso. Assim, é preciso estar aberta a este compromisso. Ser mãe é credencial ao julgamento e à culpa. Seus e dos outros. Dá para perceber o tamanho da empreitada?

Inclusão e Semana das mães – expectativa.

Ser mãe exige dedicação plena ‘ad eternum’. Se você realmente acredita que ser mãe não tem prazo de validade, eu não vejo assim. Claro que tem. Vai muito além do paparicar, proteger e fazer pelo filho. Depois de certo tempo, quando nossos filhos se tornam adultos, devemos aceitar e acessar a promoção de mãe atenta à tudo, para mãe ‘parça’

que age, se acionada.

Em outras palavras significa sinalizar para o filho que ele pode contar com você. Ou, ainda, orar e desejar profundamente a proteção dele. E, o mais importante: estar disposta a fazer por seu filho e não pelo seu filho. No lugar dele.

E quando nosso filho é uma pessoa com deficiência?

Além de se tornar expert na área e no mundo dessa deficiência, você deverá ter todas as outras características de uma boa mãe. Será cobrada em dobro. Poderá ter o dobro de desafios, também. Entretanto, experimentará caminhos e vitórias que farão de você alguém mais preparado. E, se você estiver disposta, ainda poderá contribuir não só pela inclusão de seu filho, mas pela sua própria inclusão. Sem se esquecer, certamente, de outros tantas mães com seus tantos outros filhos com deficiência. E, assim construir algo novo, a partir da diferença de seu filho.

Mas saiba, com a força de suas entranhas, filho perfeito é o nosso filho. E será com ele e por ele, que lutaremos pela construção de um mundo mais diverso, criativo, digno, democrático e justo. Porque num mundo assim, a inclusão já será a própria realidade.

Texto de Selma Sueli da Silva

Fique atenta à Semana das Mães. Até domingo, dia 08 de maio, vamos publicar, diariamente, textos que nos convidem à reflexão sobre a desafiadora experiência do ‘maternar’. São textos para as mães com filhos de todas as faixas etárias. Confira todos os dias, às 14 horas.

Amanhã você confere o que pensa Anna Cláudia Eutrópio, psicóloga e doutora em Educação (UFMG), com trajetória de mais de 18 anos na Educação em Sexualidade.

Mundo Autista

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