Quando a pandemia mudou vidas e tirou tantas outras, a partir de março de 2020, eu perdi, em abril, o contrato com uma rádio aqui, de Belo Horizonte. Naquele momento de tantas incertezas, eu tentava entender não o porquê, mas o para quê de tudo aquilo. Resolvi, assim, que era hora de rever conceitos e ajustar os rumos.
A primeira certeza que tive foi a de que era preciso rever o individualismo. Não havia mais um sonho americano. Muito menos um governo salvador da pátria. Dessa maneira, o desdém pelas pesquisas científicas e pela educação era inadmissível. . Somos um grande sistema e, qualquer impacto na parte, por menor que ela seja, vai, certamente, impactar o todo.
A palavra coletivo, se impôs. Ampliou seu significado. Não existe mais o meio ambiente separado do homem. Somos um só, unos e inseparáveis. Cuidar de um, é cuidar de todos. Já fomos a geração que acumulava, passamos para a geração dos descartáveis e, agora, não há como não ver: temos de ser a geração do sustentável.
A segunda grande certeza foi a de que precisamos rever nossos valores. O que, de fato, é importante? Família, amigos, lazer. O que deve estar em primeiro lugar em nossa na vida? Além disso, a saúde mental deve ter o mesmo cuidado que a saúde física. Sem claro, trazer constrangimento à pessoa, que não deve se envergonhar por isso.
Um dia depois, as pessoas ainda estão assustadas com a perda de uma pessoa tão jovem. Marília Mendonça possuía todas os quesitos da felicidade idealizada e desejada pelo imaginário da sociedade. Rica, inteligente, jovem, emagreceu, era boa mãe, boa filha. Aliás, era a responsável por muitas famílias, pois empregava muita gente.
Merecia ter essa morte trágica e prematura? Qual o critério da morte? Por que essa finitude? Uns morrem de covid, outros de queda de avião, assalto, infarto. Por quê? Podemos não saber a resposta mas, uma coisa é certa: “Se nossa vida for repleta de alegria, assim também será nossa morte. E se nossa morte for cheia de lembranças positivas, da mesma forma será nossa próxima existência. O buda japonês Daishonin ensina que o ciclo de nascimento e de morte é uma sucessão ininterrupta de alegria, e que a essência da vida está em nos dedicarmos a fazer dessa alegria nossa realidade e ajudar os outros a fazer o mesmo.”
Texto de Selma Sueli Silva
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