Século do Humanismo

Harmonia na diversidade

É preciso coragem para ser agente da harmonia na diversidade. Desde 2005, eu abracei a religião budista. Entretanto, existem várias linhagens. Ou seja, a linhagem que escolhi é embasada na filosofia budista de Nichiren Daishonin. Por exemplo, não nos retiramos da sociedade para meditar debaixo da árvore Bodhi. Árvore de Bodhi era uma grande e antiga figueira sagrada da espécie Ficus.

Então, o Budismo saiu da Índia, onde teve início com o Buda Siddhartha Gautama. Assim, Siddartha foi o líder espiritual que fundou o budismo, por volta de 500 a.C. Aos poucos, o budismo cresceu e avançou para China, até chegar ao Japão. Dessa forma, no século 13, surge Nichiren Daishonin. Ele, a partir dos 12 anos, estuda todas as liturgias budistas, chamadas sutras. Finalmente, quando já está adulto, revela a possibilidade de todos, sem exceção, alcançarem o estado de buda. Ou seja, alcançarem o estado de iluminação que nos dá a verdadeira sabedoria. E compaixão.

O Buda Nichiren se comunicava com seus discípulos por meio de diálogos. E, mais tarde, também por cartas (os goshôs). Ele ensinou o mantra Nam Myoho Renge Kyo (título do Sutra do Lotus). O mantra é o espelho de nossa vida. Assim, ele aponta caminhos com base na Lei Mística da causa e do efeito. Atualmente, a Soka Gakkai Internacional, SGI, é a ONG que luta pela Paz, Cultura e Educação. Tudo isso, com base no budismo Nichiren. O nome da ONG, em japonês, significa criação de valores humanos. Aliás, aqui ela é representada pela BSGI – Brasil Soka Gakkai. Internacional.

O que é harmonia na diversidade

O Sutra do Lótus ensina a forma de manifestar o ilimitado potencial de todas as pessoas para colocar em prática na sociedade. É um ensinamento de compreensão e respeito mútuo entre as pessoas em que todas são importantes e preciosas.

De acordo com o budismo, todos somos dotados de um corpo do Darma, o corpo da recompensa e o corpo manisfesto. O corpo do Darma é o da Lei Mística que permeia o universo. Já o corpo da recompensa indica que será com ele que vamos atingir a sabedoria. E, finalmente, o corpo manifesto é aquele que todos temos inerentes: que é o corpo da compaixão e da manifestação de nossa sabedoria. Ou seja, o estado de buda de amplo entendimento e compaixão.

Para que a sabedoria?

Para nos iluminar em nossas escolhas. O princípio budista que exemplifica que todos os seres são importantes e possuem uma missão é o da “cerejeira, ameixeira, pessegueiro e damasqueiro”.

Por meio da analogia com a própria natureza, esse princípio indica o respeito e a valorização das características próprias de cada pessoa.

Nichiren Daishonin estabeleceu a prática da recitação do Nam-myoho-renge-kyo, para abrir o caminho concrte para todas as pessoas atingirem o estado de buda. Dessa forma, todos podem manifestar seu pleno potencial.

A harmonia na diversidade vem do brilho da individualidade

Portanto, o Sutra do Lótus é uma mensagem de esperança. Isso porque ensina a dignidade da vida de cada pessoa e busca conduzir todos a iluminação (manifestar seu pleno potencial.). Além disso, essa liturgia demonstra máximo respeito à diversidade. Ela acolhe e valoriza as diferenças.

A dra. Elise Boulding (1920-2010), pioneira em pesquisas sobre a paz, defendia que um dos requisitos mais importantes para edificar a paz é ter o espírito de apreciar e celebrar a diferença e a diversidade, além de reconhecer que cada pessoa é única e preciosa.

Para que a humanidade possa consolidar a paz e a felicidade genuínas, é imprescindível que se paute por uma filosofia fundamental que tenha como premissa a valorização da harmonia e a diversidade humana.

Portanto, o princípio da “cerejeira, ameixeira, pessegueiro e damasqueiro” é uma metáfora para ilustrar a diversidade
dos seres humanos que expressa a missão ímpar e as qualidades peculiares de cada um. Isso é compreender e perceber que a cerejeira, a ameixeira, o pessegueiro e o damasqueiro possuem cada qual sua própria entidade, sem nenhuma alteração, dos três corpos eternamente dotados [o corpo do Darma, o corpo da recompensa e o corpo manifesto do Buda].

A diversidade segundo o budismo Nichiren

Esse mundo budista de “cerejeira, ameixeira, pessegueiro e damasqueiro” — um mundo que sustenta o germinar da diversidade — é aberto às pessoas. Todas, sem exceção, podem igualmente tomar a grandiosa estrada da revolução humana e, tirando o máximo proveito de suas características individuais, fazer aflorar seu pleno potencial.
Extraído do Jornal Brasil Seikyo, de janeiro de 2021, da BSGI

Mundo Autista

Posts Recentes

Ajuste Fiscal sangra os autistas com nível de suporte 1

Votado ontem, 19, sem modificação no texto O ajuste fiscal sangra os autistas com nível…

2 dias atrás

Crítica: Nosso Segredinho (2024)

Nosso Segredinho é a terceira colaboração entre Lindsay Lohan e a Netflix. Confira resenha dessa…

2 dias atrás

Então… é Natal. Você está preparado para abraçar as diferenças?

A pergunta é clara, então... é Natal e você está preparado para abraçar as diferenças?…

3 dias atrás

Crítica: Bagagem de Risco (2024)

Bagagem de Risco é um filme de ação natalino que se passa majoritariamente nos cenários…

3 dias atrás

A música Firework, de Katy Perry, é um hino budista?

Você sabia que a música Firework, de Katy Perry, é um hino budista? Confira a…

5 dias atrás

Crítica: Enfeitiçados (2024)

Enfeitiçados parte de uma premissa inovadora e tematicamente relevante. O filme traz uma metáfora para…

1 semana atrás

Thank you for trying AMP!

We have no ad to show to you!