Ensine os seus filhos a sonhar!

Ensine os seus filhos a sonhar! Foi o que me disse uma psicóloga quando meus filhos eram crianças. Aliás, isso já faz alguns anos. Segundo ela, o sonho é o antídoto para a depressão. Sempre acreditei nisso e desde que eles eram bem pequeninos, líamos juntos antes de dormir, assim, o mundo da fantasia fazia parte do nosso mundo. A literatura infantil foi a nossa ponte para irmos em busca do arco-íris encantado. Além disso, foi a porta do guarda-roupa para o reino mágico e foi o coelho que perseguimos para chegar ao País das Maravilhas.

No escorregar da areia na ampulheta da vida, o interesse por narrativas juvenis foi naturalmente surgindo. Dessa forma, conhecemos as histórias escritas por Thalita Rebouças e pela mineira Paula Pimenta. Os contos de fadas modernos desta última, tornaram-se íntimos de minha filha Isis, que passou a ler tudo o que ela escrevia. Guarda ainda hoje, com especial afeto os livros, as coletâneas e as antologias, que a acompanharam em sua transição da infância para a adolescência.

Enfim, o encontro com a escritora favorita

Em 2016, surgiu a oportunidade de conhecer a Paula Pimenta pessoalmente na Festa Literária de Divinópolis, em que ela seria a homenageada. Lá fomos nós para a rodoviária, sozinhas pela primeira vez, rumo àquela cidade. Afinal, como cantou o poeta Raul:

“Sonho que se sonha só, É só um sonho que se sonha só, Mas o sonho que se sonha junto é realidade.”

Então, ali, a pequena Isis de 12 anos realizou alguns de seus sonhos: conversar com sua escritora favorita, tirar uma selfie, ter seu autógrafo e contar a ela sobre a sua paixão pela literatura. Paula ficou impressionada com a menina que já havia lido todos os seus livros desde os 8 anos de idade!

Ensine os seus filhos a sonhar, como a Cinderela Pop

A realização de sonhos proporciona a experiência do protagonismo para quem sonha. As histórias vão nos constituindo, nos encorajando a sonhar cada vez mais e a ter sonhos maiores. Nesse sentido, a leitura literária tem muito a contribuir, sobretudo na adolescência, em que vivemos a busca por nossa identidade. Nesse percurso de descobertas, de sonhar grande, outra experiência foi se desenhando a partir das páginas do livro Cinderela Pop.

Em 2019, ele foi adaptado para o cinema e lá fomos nós ao lançamento do filme em uma sessão exclusiva para fãs. A autora estava presente, e em meio ao turbilhão de emoções, consegui entregar um bilhete nas mãos da Paula Pimenta, convidando-a a estar no aniversário de Isis naquele ano. Era uma surpresa para minha filha. Não obtive retorno, então tratei de descobrir o contato da produtora e a caixa postal para onde enviei o convite da festa. Além disso, na editora dos livros dela, fui orientada a escrever um e-mail contando a história da festa de aniversário e sua relação com os livros da autora, reforçando a importância de suas histórias na vida da minha filha e como sua presença na comemoração a deixaria imensamente feliz.

Ensine os seus filhos a sonhar e se surpreenda com o resultado

Naquele mesmo ano, Isis completaria 15 anos e decidiu que o tema da sua festa seria seu amor genuíno pela leitura. A autora enviou um vídeo parabenizando Isis por seu aniversário, e este foi o primeiro presente que ela recebeu na manhã do seu dia de princesa. Desde o convite em formato de livro com referências ao Cinderela Pop, a decoração com os livros preferidos da Paula, o tênis all star personalizado tal qual o da personagem principal da história, as fotografias, a lembrança para os convidados, cada detalhe foi pensado e realizado para que ela protagonizasse mais esse lindo sonho!

Ensinar a sonhar é um ato de amor. Amor consigo mesmo, amor com o outro, amor com a humanidade. Sonhar é semear a esperança, a resiliência, a paciência, a persistência. Assim, nossos filhos seguem pela vida resistindo aos percalços do caminho, na certeza de que vale a pena continuar e acreditar na mudança, ancorados pela leitura, pela poesia, pela arte, pela cultura, pelas histórias que nos afetam e nos encorajam. Afinal,

“o que a vida quer da gente é coragem!” (João Guimarães Rosa)