E quem cuida de quem cuida de todos? As questões psicológicas e psiquiátricas estão em evidência no Brasil e no mundo. Desde o início da pandemia. Então, a Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta como causas:
De acordo com a OMS, 86% dos brasileiros sofrem algum transtorno mental. Por exemplo, a ansiedade ou depressão. O que preocupa, com a chegada da variante ômicron, da Covid. A No Brasil, a Fundação Getúlio Vargas monitora o acompanhamento dos profissionais na pandemia. E, aponta, assim, a existência do medo e do despreparo deles. Mesmo após 2 anos de pandemia. Apesar das denúncias de adoecimento, os profissionais continuam trabalhando.
É importante observar as desigualdades nas equipes de saúde. Por exemplo, os profissionais de enfermagem são, em sua maioria, mulheres. Assim, elas têm salários bem menores que os médicos. Portanto, são obrigadas a trabalhar em vários plantões e as expõe a mais riscos de contágio. Sem falar no estresse do convívio emocional com os pacientes.
No Rio de Janeiro, por exemplo, 20% dos profissionais foram afastados de suas atividades. O motivo? A Covid, claro. Os Estados Unidos, Itália e Reino Unido adotaram ações emergenciais para suprir esse déficit de profissionais. Já o Brasil não se preocupou com a questão. Portanto, a pressão imposta aos profissionais, culminou no aumento do adoecimento mental deles.
Quatro em cada dez profissionais de saúde relataram sentir sintomas de ansiedade ou de depressão. São relatos de cansaço, medo, ansiedade, sobrecarga. E, ainda, alterações de sono e irritação. O comprometimento da capacidade de trabalho gerou o aumento de afastamentos. Ou mesmo o abandono das funções.
O mais preocupante é o apagão das informações sobre a área médica. É difícil medir, com precisão, o impacto do adoecimento dos profissionais da saúde. O que se sabe, na prática, é que há a carência de profissionais nos hospitais. O SUS, mesmo sobrecarregado e sem investimentos é, em várias localidades, a única fonte de tratamento da Covid.
A alternativa seria o planejamento das políticas públicas. E, assim, promover suportes das equipes e mais harmonia entre os órgãos e empresas. Assim, aumentará o cuidado com seus profissionais. A atenção preventiva inclui o olhar, ainda, sobre a fragilidade humana.
É primordial reconhecer e dar acolhimento aos receios e medos desses agentes de saúde. Dessa forma:
Cuide de si para cuidar de todos.
Adrianna Reis de Sá é psicóloga clínica. Além disso, a professora universitária é mestre em Bioética pela UnB e especialista em saúde mental e autismo. Estuda questões de gênero e direitos humanos. É palestrante sobre autismo feminino, direitos humanos e maternidade típica e atípica.
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