Texto extraído e adaptado de trechos da fala de Victor Mendonça em Audiência Pública na ALMG, em 18 de setembro de 2018
As pessoas com deficiência saíram de um ponto de total exclusão, de total invisibilidade. Mas e agora, qual o próximo passo? Ele está muito ligado a mudar à mentalidade social sobre as Pessoas com Deficiência. Um profissional certa vez disse à minha mãe para ela preparar um cantinho que eu iria ser dependente o resto da vida, e hoje eu escrevo livros e tenho o meu canal do YouTube “Mundo Asperger” onde faço a conscientização sobre a deficiência.
Recentemente, eu tive oportunidade muito boa de participar de um debate numa aula sobre Politica no UNI-BH e descobrir que no Brasil a gente segue um modelo que é baseado em Leis – inclusive leis muito boas para pessoas com deficiência que, infelizmente, precisam ser melhor cumpridas. Já na Inglaterra, existe outro modelo em que não existem Leis, as pessoas se pautam nos valores e na jurisprudência. Então, primeiro a gente tem que construir esses valores na nossa cabeça.
A deficiência é uma característica da pessoa que encontra uma barreira junto à sociedade, a gente tem que entender isso e ir mudando essa mentalidade. Esse trabalho de comunicação é feito por meio desse projeto, “Mundo Asperger”, no qual a gente faz um trabalho com palestras, eventos, entrevistas com profissionais de áreas como o direito e a educação, entre outras, porque acredito muito no poder do jornalismo como função social.
Separar pessoas com deficiência e pessoas sem deficiência é algo meio maniqueísta porque na verdade somos todos seres humanos com nosso poder, nossas habilidade e é nisso que vamos jogar luz, transformando sempre o veneno em remédio e a dificuldade em oportunidade.
A gente tem uma frase criada a quatro mãos – eu e a minha mãe – que diz que a Lei abre a porta, o afeto convida a entrar, mas é o amor que permite permanecer. Por isso, é preciso criar primeiro os valores na mente das pessoas para que as Leis sejam efetivamente cumpridas.
Minha mãe lembra que precisamos olhar, também, as políticas públicas para pessoas mais carentes, porque mesmo tendo certa condição só ela sabe o que penou. A gente está impedindo que o Brasil ganhe dinheiro e fazendo com que a humanidade perca valores.
Inclusive, o contrário de eficiência não é deficiência, é ineficiência. Ser deficiente não é ser ineficiente!
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