Hoje, 21 de setembro, é o dia nacional da pessoa com deficiência – PCDs. No entanto, eu não imaginei que em 2021, estaríamos correndo riscos. Ou seja, riscos nos avanços socioeducacionais para as pessoas com deficiência. Contudo, se você acredita que existem crianças com deficiência que não podem ficar na escola regular, para não prejudicar os demais, eu digo: E como vamos aprender a criar, educar e lidar com pessoas diferentes de nós?
Gente é para brilhar. Qualquer que seja. Deficiência não é azar. E nem uma tragédia familiar. Deficiência é diversidade. Além disso, é oportunidade de ousarmos na construção de uma sociedade humanizada. Para todos os seres humanos. Uma responsabilidade de todos nós, do coletivo. Aliás, é o que nos lembra a pandemia que nos envolveu a todos.
O Budismo Nichiren expõe o princípio da “cerejeira, ameixeira, pessegueiro e damasqueiro”. Em suma, uma cerejeira é uma cerejeira. Da mesma forma que um pessegueiro é um pessegueiro. Não precisamos ser todos cerejeiras. Assim como cada árvore floresce de um jeito só seu, deveríamos nos empenhar para viver de forma natural.
No entanto, há uma diferença entre “ser quem você é” e “permanecer como está”. Se você se contenta em permanecer como está, nunca vai se desenvolver. A pessoa com deficiência precisa de família, de escola, de políticas sociais, de acesso à saúde. Tudo isso para que possa se desenvolver como os demais. Os que são ditos ‘normais’.
Precisamos conhecer o propósito de cada um. Conhecer o ser humano para além de rótulos. Desse modo, somamos esforços e mais esforços. Desafiamos a nós e à sociedade sem fraquejar. Assim, faremos cada um desabrochar a flor da sua missão na vida.
Cada um de nós possui, dentro de si, uma semente latente de nosso potencial. Devemos criar valores humanos para a sociedade. Somente assim, cada pessoa irá cumprir uma missão importante e única na vida. É certo que o propósito da vida é fazer com que essa semente germine e floresça em toda plenitude. Cada um à sua maneira.
Abraçar a diferença é abraçar a diversidade. Ou seja, isso nos amplia, nos torna maiores e nos enriquece. Segundo o filósofo e pacifista japonês, Daisaku ikeda, esse tipo de empatia aberta nos capacita a considerar a diversidade humana como fonte de criatividade. E a criatividade é a base de uma civilização de inclusão e de prosperidade.
Na foto destaque: Fatine Oliveira, mestre em Comunicação Social (UFMG) e integrante do grupo de pesquisa Afetos: Grupo de Pesquisa em Comunicação, Acessibilidade e Vulnerabilidades (UFMG). É mulher com deficiência, feminista, ativista e autora do blog Disbuga sobre pessoas com deficiência.
Selma Sueli Silva é escritora, jornalista, relações públicas e especialista em comunicação e gestão empresarial. Além disso, ela está no Youtube, no canal Mundo Autsita. Ao lado da filha, Sophia Mendonça, também autista e mestranda pela UFMG. Budista, sonhadora, mãe e mulher.
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