Dizer que deficiência não é tragédia, causa impacto. Eu sei. Mas, também não é romantização do sofrimento. Ou mesmo, insensibilidade. Afinal, somos todos diferentes. O mais importante é transformar nossas diferenças em aprendizado. Aliás, esse aprendizado é o que nos leva à criatividade. E a criatividade nos leva a inovações. Ou, em outras palavras, inovações importantes para toda a sociedade.
Na deficiência, conhecemos um jeito diferente de a pessoa experimentar a vida. Por exemplo, uma pessoa com baixa ou nenhuma visão. Ela não tem a referência do que é considerado padrão. Para ela, o padrão é ser como ela é.
Quando o suporte necessário é oferecido à pessoa, a vida flui. Ou seja, se torna mais leve e produtiva.
No Modelo Social de Deficiência, as limitações enfrentadas por pessoas com deficiência são resultado da forma como a sociedade lida com as limitações e as sequelas físicas, intelectuais, sensoriais e múltiplas de cada indivíduo. Pelo modelo social, existe deficiência quando não há acessibilidade.
Quando a vida nos apresenta a deficiência, não é uma boa opção focar na angústia. Devemos sim, resistir para criar novas condições de vida e de esperança. Aliás, o derrotismo não é construtivo.
Por outro lado, é a esperança que nos faz avançar. E o mais importante, nos permite cobrar políticas públicas que atendam a todos os cidadãos. E, claro, sem exceção de raça, credo, limitações. A força de uma sociedade está na união das pessoas. E não no individualismo.
Assumir posição de vítima, nos leva ao sofrimento e retrocesso. Portanto, vale reforçar, deficiência não é tragédia. Um estado omisso, por outro lado, é. Ou seja, um estado negligente, insensível e desumano, enfim. O problema não está na pessoa com deficiência. O problema está na limitação da sociedade, do poder público, das empresas, da escola.
Por mais que o momento que atravessamos seja sombrio, não podemos desanimar. Além disso, é a nossa indignação que torna qualquer mudança possível. Quando não sabemos para onde ir, devemos olhar de onde viemos.
Nós, pessoas com deficiência, já fomos consideradas aleijadas, atração de circo, demônios e até divindades. Nada disso, somos seres humanos. Portanto, já avançamos muito. Mas precisamos avançar ainda mais. Com esperança, determinação e integridade.
Texto da jornalista Selma Sueli da Silva
Você sabia que a música Firework, de Katy Perry, é um hino budista? Confira a…
Enfeitiçados parte de uma premissa inovadora e tematicamente relevante. O filme traz uma metáfora para…
Sophia Mendonça resenha o especial de Natal A Nonsense Christmas with Sabrina Carpenter, com esquetes…
O autismo na série Geek Girl, uma adaptação da Netflix para os livros de Holly…
Os Fantasmas Ainda se Divertem funciona bem como uma fan service ancorada na nostalgia relacionada…
Ainda Estou Aqui, com Fernanda Torres, recebeu duas indicações ao Globo de Ouro e está…