Crítica: Sombras da Vida (2017) - O Mundo Autista
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Crítica: Sombras da Vida (2017)

Sombras da Vida é uma reflexão simbólica, além de psicologicamente angustiante, sobre vida e morte, com Casey Affleck e Rooney Mara.

Sombras da Vida é uma reflexão simbólica, além de psicologicamente angustiante, sobre vida e morte, com Casey Affleck e Rooney Mara.

Sombras da Vida é uma reflexão simbólica, além de psicologicamente angustiante, sobre vida e morte, com Casey Affleck e Rooney Mara.

Em Sombras da Vida, um homem recém-falecido (Casey Affleck) retorna como fantasma para a casa no subúrbio. Isso ocorre com a intenção de consolar a esposa (Rooney Mara). Então, na nova forma espectral, ele enconta-se invisível para os mortais. Além disso, o homem percebe que não é afetado pelo tempo. Assim, torna-se condenado a ser um mero espectador da vida que antes lhe pertencia, ao lado da mulher que amava. Com isso, o fantasma inicia uma jornada pelas memórias e histórias. Dessa forma, enfrenta perguntas eternas sobre a vida e a existência.

Sombras da Vida é uma reflexão simbólica sobre vida e morte com Casey Affleck e Rooney Mara

Assim, Sombras da Vida revela-se um filme extremamente abstrato. Afinal, por meio da simbologia, ele consegue tocar o espectador em um nível muito profundo. Além disso, a maneira como o espectro do personagem de Casey Affleck nos é apresentado, por meio da caracterização mais tradicional possível, revela-se escolha muito mais complexa do que a aparente simplicidade de um lençol com dois buracos para os olhos. Isso porque tal visão de fantasma recorrente no imaginário popular é capaz de provocar um desconforto por soar simultaneamente deslocada e infantil.

Filme revela-se psicologicamente denso e angustiante

Dessa forma, a relação da figura com o ambiente e o tempo provoca mergulho em características inerentes à existência humana, que de tão incômodas e angustiantes nos afastamos em uma espécie de fuga inconsciente. Já o ritmo lento, com poucas falas e cenas estáticas, leva a experimentar um território de desconforto. Então, embora tenha como símbolo o extremo da morte, essa sensação faz parte da experiência humana como um todo. Com isso, leva a uma interessante reflexão sobre a questão temporal. Assim, permite até mesmo leituras metafísicas de como o passado, presente e futuro se relacionam.

Avaliação

Avaliação: 4 de 5.

Autora da Crítica

Sophia Mendonça é uma youtuber, podcaster, escritora e pesquisadora brasileira. É mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG). Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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