“Que Horas Eu Te Pego?” aposta em um estilo de comédia romântica que foi muito popular entre os anos 1990 e 2000. Ou seja, trata-se de uma obra voltada ao público jovem com um humor apimentado e temas adultos. Além disso, a obra mostra-se um veículo para testar e divulgar o alcance de Jennifer Lawrence, que ganhou o Oscar por “O Lado Bom da Vida” (2012) como estrela cômica.
Maddie (Jennifer Lawrence) é uma mulher que tem o costume de sempre tomar as atitudes erradas. Então, ao perceber que pode perder a sua casa de infância, onde cresceu e viveu por muito tempo, ela decide arranjar um emprego. Nos anúncios, ela vê um pedido desesperado de dois pais com seu filho de dezenove anos. Assim, o trabalho que ela terá de fazer será “namorar” o garoto de dezenove anos, o introvertido Percy (Andrew Barth Feldman), antes de ele se mudar de casa para cursar faculdade.
Embora Jennifer Lawrence sempre tenha trazido algum toque de humor irônico aos papéis dramáticos que usualmente interpreta, aqui a obra tem um enfoque muito mais no besteirol. Portanto, trata-se de uma comédia escrachada e totalmente diferente de tudo que a jovem intérprete fez até agora na admirável carreira. Então, ela surpreende com uma veia cômica que pode ser comparada às melhores comediantes das últimas gerações. Ou seja, Jennifer Lawrence tem aquela naturalidade hilária que transformou Regina Hall e Anna Faris, de “Todo Mundo em Pânico 3
”, em uma dupla impagável.Porém, apesar de alguns momentos atrevidos, “Que Horas eu Te Pego?” está longe de provocar gargalhadas. Este é um problema grave para um besteirol. Assim, a impressão é que o filme se acovarde. Dessa forma, a segunda parte da projeção segue um estilo simples do gênero comédia romântica. Com isso, não há um equilíbrio bem feito entre a comédia e as cenas dramáticas. Isso porque o filme constrói as situações de um jeito que ambos os estilos simplesmente não dialogam.
De qualquer forma, “Que Horas Eu Te Pego?” diverte pelas boas atuações de Jennifer Lawrence e o jovem Andrew Barth Feldman como o casal de protagonistas. Nesse sentido, há bons momentos que destacam choques de gerações e as contradições da vivência dos milleniums. Essa característica aparece de forma engraçada na timidez do personagem de Feldman em contraste com o espírito confiante dele.
Sophia Mendonça é uma influenciadora, escritora e desenvolvedora brasileira. É mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.
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