Crítica: Priscilla (2023) - O Mundo Autista
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Crítica: Priscilla (2023)

Sofia Coppola se supera mais uma vez com Priscilla, que retrata o amor e o abuso na biografia da ex-esposa de Elvis Presley.

Sofia Coppola se supera mais uma vez com Priscilla, que retrata o amor e o abuso na biografia da ex-esposa de Elvis Presley.

Sofia Coppola se supera mais uma vez com Priscilla, que retrata o amor e o abuso na biografia da ex-esposa de Elvis Presley.

Eu estou simplesmente apaixonada por Priscilla (2023), o novo filme de Sofia Coppola. É que, por mais que a cineasta e roteirista seja sempre muito hábil em abordar várias nuances de uma mesma perspectiva, aqui ela se superou. Afinal, Priscilla é um olhar sensível e necessário sobre um lado usualmente pouco abordado no mundo da fama e do glamour. Ou seja, o filme retrata com delicadeza e respeito a perspectiva de como é ser esposa e viúva de um astro do rock.

O amor e o abuso na biografia da ex-esposa de Elvis Presley

Sofia é uma especialista em analisar aspectos da vida de pessoas privilegiadas, geralmente mulheres, que na prática tem pouco ou nenhum poder sobre as próprias vidas e o entorno. Mas aqui ela consegue trazer ainda mais afetos à narrativa. E particularmente, eu amo os modos como ela revela tanto o fogo quanto as complicações de um primeiro amor que se materializa por uma celebridade.

Assim, a cineasta mostra um viés humanizado ao mostrar aspectos questionáveis e por vezes escondidos da personalidade de Elvis Presley. Porém, sem jamais demonizá-lo. Dessa forma, principalmente no desfecho poderoso e tocante, ela vai em um ponto nevrálgico em que poucos diretores ousaram tocar. Ou seja, havia muito amor da perspectiva de Priscilla nessa história. Mesmo após a consciência de que este se tratava de um relacionamento abusivo e até bastante doentio.

Sofia Coppola se supera mais uma vez com Priscilla

Também, o longa-metragem conta com interpretações perfeitas de Jacob Elordi e Cailee Spainey. Aliás, impressiona como a atriz consegue transitar de maneira convincente por muitos anos da trajetória da protagonista. Dessa forma, as atuações coroam este que a meu ver é o melhor filme de Sofia Coppola desde o clássico Encontros e Desencontros (2003).

Avaliação

Avaliação: 4.5 de 5.
Autismo e mães narcisistas não é regra. Por que não devemos romantizar nem banalizar o papel de mãe? Texto de Sophia Mendonça.

Autora

Sophia Mendonça é uma jornalista, escritora e pesquisadora brasileira. É mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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