A primeira temporada de Pretty Little Liars, hoje disponível na HBO Max, teve estreia em junho de 2010.. Inclusive, esta que é a minha série favorita e um dos maiores hiperfocos que já tive, ganhou uma aclamada reinvenção este ano. Nesta primeira versão, I. Marlene King assina a adaptação da série de livros de Sara Shepard para as telas. Dessa forma, a produção segue quatro amigas adolescentes que lidam com o desaparecimento da líder delas, um ano após o incidente. Aria (Lucy Hale), Hanna (Ashley Benson), Emily (Shay Mitchell) e Spencer (Troian Bellisario), aliás, não se falam desde aquela época. Afinal, elas seguiram caminhos diferentes.
Mistérios rocambolescos são a marca de Pretty Little Liars
Com isso, Pretty Little Liars tem início com Aria de volta da Islândia, onde morou com seus pais e irmão. Com a volta dela, porém, as quatro protagonistas logo se reúnem mais uma vez. Isso porque elas começam a receber ameaças de alguém que se identifica apenas como “A”. Essa pessoa as chantageia com informações que apenas Alison, a garota desaparecida, sabia.
Contudo, rapidamente descobre-se o corpo de Allison, falecida. E ainda assim, as mensagens ameaçadoras continuam. Dessa forma, “A” se aproveita dos segredos das jovens, que vão desde furtar lojas a manter um relacionamento com o próprio professor. Ou seja, os jogos vão se complexificando e o mistério carrega-se de nuances. Aliás, não existe possibilidade de fazer uma descrição que remotamente dê conta da trama intrincada de toda a série, e mesmo dessa temporada de estreia.
Pensando nisso, um dos prazeres iniciais de Pretty Litttle Liars é que a série subverte as expectativas de quem espera um drama voltado para o público adolescente do sexo feminino, a exemplo de Gossip Girl (2007-2012), que também ganhou um reboot recente. Isso porque o foco está no mistério, muito mais que nos acontecimentos cotidianos. E toda essa primeira temporada é primorosamente trabalhada por Marlene King. Assim, ela vai costurando uma profusão de acontecimentos que ocorrem ao mesmo tempo de uma maneira fortemente envolvente e empolgante.
Elenco de primeiro nível humaniza o mistério em Pretty Little Liars
Além disso, o quarteto de protagonistas é o outro grande trunfo da Pretty Little Liars original. Isso porque Lucy Hale, Ashley Benson, Troian Bellisario e Shay Mitchell humanizam a série com desempenhos críveis e que funcionam de maneira impecável em conjunto. Portanto, a empatia com os dilemas que às vezes nem temos conhecimento em nossas vivências é sempre forte.
Também, há um elenco de coadjuvantes com interpretações marcantes. Neste sentido, destacam-se desde Holly Marie Combs, de “Charmed: Jovens Bruxas” e o vencedor do Emmy Chad Lowe como os pais de Aria, até Ian Harding, como o professor e interesse amoroso da moça. Outra atriz excelente é a elegante Laura Leighton, de “Melrose Place”, que faz a mãe de Hannah.
Dos rapazes mais jovens, destacam-se nesta temporada Tyler Blackburn como um rapaz misterioso com quem Hannah se envolve e Keegan Allen, que se introduz como um tipo misterioso que todos querem evitar. Claro, não quero dar spoilers da evolução destes papéis, que também é maravilhosa. Mas vale notar que Sasha Pieterse, que tinha apenas doze anos na época do piloto e aparece em flashbacks, estabelece uma dinâmica muito própria com as protagonistas.
Com tantas qualidades, cada um dos vinte e dois episódios termina carregado de suspense, deixando margens para as teorias dos espectadores e acendendo a curiosidade das plateias.
Avaliação
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Autora da Crítica
Sophia Mendonça é uma youtuber, podcaster, escritora e pesquisadora brasileira. Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Europeia Erasmus+.
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