Arte e entretenimento

Crítica: Malévola – Dona do Mal (2019)

Em 2014, a Disney acertou em cheio com o filme em live-action “Malévola”. Isso porque a obra estrelada por Angelina Jolie no papel da vilã de “A Bela Adormecida” surpreendeu pela sensibilidade com que quebrava diversos paradigmas presentes em projetos do estúdio. Ao mesmo tempo, o filme encantava e instigava à reflexão por meio da densidade dos personagens. Então, em 2019, chegou às telonas a sequência, com o título “Malévola – Dona do Mal”.

Continuação de um dos melhores live-actions da Disney decepciona se comparado ao antecessor

Cinco anos após Aurora (Elle Fanning) despertar do sono profundo, a agora rainha dos Moors é pedida em casamento pelo príncipe Phillip (Harris Dickinson). Ela aceita o pedido. Com isso, parte rumo ao reino de Ulstead ao lado de Malévola (Angelina Jolie), no intuito de conhecer seus futuros sogros, John (Robert Lindsay) e Ingrith (Michelle Pfeiffer). Então, o jantar entre eles deveria ser de celebração entre os reinos. Porém, os interesses de Ingrith vêm à tona quando é criado um atrito com Malévola e os demais seres mágicos.

“Malévola – Dona do Mal” tenta, mesmo que em menor intensidade, trazer algumas das qualidades que tornaram o filme anterior em um jovem clássico. Dessa forma, o que ele apresenta de mais interessante são as metáforas que nos fazem pensar sobre a realidade do mundo repleto de conflitos. Então, assistindo à obra, pode-se perceber como a paz e a coexistência em um nível mais global começam no interior de cada sujeito. Além disso, há crítica à estratégia utilizada para “demonizar” um indivíduo ou grupo em uma narrativa a fim de manipular povos para interesses mesquinhos.

Malévola – Dona do Mal não faz jus às boas intenções

Porém, ao mesmo tempo, o filme de 2019 revela-se superficial e desconjuntado. Por exemplo, é triste ver que o elenco de alto nível não é bem explorado como deveria. Então, com um alto número de coadjuvantes, “Malévola – Dona do Mal” jamais consegue alcançar a profundidade do original de 2014. O que é perceptível pelo próprio enredo e, principalmente, pelo desenvolvimento dos personagens. Este problema é mais evidente com relação à personagem de Michelle Pfeiffer, que apesar de todo o talento da atriz, é vítima de uma falha do roteiro, que deixa as reais intenções da rainha claras cedo demais. Assim, ao privilegiar a ação em detrimento da narrativa intrincada e complexa, a continuação decepciona.

Avaliação

Avaliação: 1.5 de 5.

Autora da Crítica

Sophia Mendonça é uma youtuber, podcaster, escritora e pesquisadora brasileira. É mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG). Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.

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