Arte e entretenimento

Crítica: Lua de Cristal (1990)

A apresentadora Xuxa está de volta ao topo da evidência midiática. Ela, que foi a maior popstar que o Brasil já teve, agora está com novos projetos no cinema e na televisão. Esse conjunto de trabalhos incluiu “Xuxa, O Documentário”, que está em exibição no Globoplay, e a reunião com as também apresentadoras infanto-juvenis Angélica e Eliana. Além disso, há uma série de trabalhos futuros da estrela que prometem encantar os espectadores nostálgicos e talvez angariar novos públicos. Então, embalada por este clima, resolvi rever pela primeira vez desde a minha infância o clássico Lua de Cristal (1990). E confesso, terminei a sessão surpresa. Afinal, reassistir ao filme que marcou a infância de tantos esperando encontrar muito mais defeitos desta vez. Porém, me deparei com uma obra que evoca a magia do entretenimento com emoção e alegria. E portanto, consegue estabelecer-se como um grande filme a ser apreciado até hoje.

Em que ano foi lançado o filme Lua de Cristal?

Em Lua de Cristal (1990), Maria da Graça (Xuxa Meneghel) chega à cidade grande para morar com sua a Zuleika (Marilu Bueno) e os primos Mauricinho (Avelar Love) e Cidinha (Júlia Lemmertz). Este trio vive atormentando a vida dela. Afinal, eles a fazem trabalhar incansavelmente na casa onde moram. Mas, em meio aos problemas que têm em casa, Maria da Graça faz amizades e conhece Bob (Sérgio Mallandro), um jovem desajeitado. Ele consegue um emprego para a moça, que pode então realizar seu grande sonho: ter aulas de canto.

Lua de Cristal mescla recortes autobiográficos da trajetória da própria Xuxa com inspiração em contos de fada como Cinderela e Branca de Neve. Tudo isso recebe uma coloração fortemente tupiniquim, o que não deixa de ser uma contribuição bem-vinda à produção cinematográfica nacional. Afinal, a obra firmou-se como uma das maiores bilheterias da história do nosso cinema.

Xuxa viveu o seu melhor momento em Lua de Cristal

Assim, há um forte quê teatral e infantil na narrativa. Ou seja, todo mundo é completamente bom ou mau, não há tempo para refletir sobre as nuances dos personagens ou artifícios do roteiro, e o humor se volta majoritariamente a agradar crianças pequenas. Com isso, apreciado no devido espírito, o filme funciona magistralmente. Isso porque ele aproveita-se dos fortes carisma e presença de Xuxa como uma mocinha arquetípica para divertir e encantar as plateias.

Além disso, a direção de Tizuka Yamazaki evoca ares de filmes de terror para realçar a vilania de alguns personagens e arranca interpretações exageradas do elenco. Dessa forma, ela também adequa-se perfeitamente à proposta de criar um conto de fadas moderno. Por fim, a inesquecível música-tema revela-se a cereja do bolo deste que é, muito de longe, a melhor incursão cinematográfica da Rainha dos Baixinhos.

Avaliação

Avaliação: 3.5 de 5.
Sophia Mendonça

Autora da Crítica

Sophia Mendonça é uma influenciadora, escritora e desenvolvedora brasileira. É mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.

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