Crítica: Lindas de Morrer (1999) - O Mundo Autista
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Crítica: Lindas de Morrer (1999)

Lindas de Morrer, o clássico cult dos anos 1990, é um documentário falso sobre concursos de beleza. Com isso, traz sátira besteirol.

Lindas de Morrer, o clássico cult dos anos 1990, é um documentário falso sobre concursos de beleza. Com isso, traz sátira besteirol.

Lindas de Morrer, o clássico cult dos anos 1990, é um documentário falso sobre concursos de beleza. Com isso, traz sátira besteirol.

Lindas de Morrer, o clássico cult dos anos 1990, é um documentário falso sobre concursos de beleza. Com isso, mistura elementos de comédia besteirol, sátira inteligente e suspense fantasioso que beira o nonsense. E não à toa, este é um dos longa-metragens mais controversos daquela década. Com um senso de humor macabro e perverso, ele pode ser percebido como uma ofensa a vários grupos sociais. Isso vai de mulheres a brancos humildes, a pessoas com deficiência intelectual.

Esta interpretação, entretanto, ocorre pelo melhor motivo que poderia acontecer. Isso porque o filme é uma obra-prima acidamente crìtica. Dessa forma, ele toca em várias feridas sociais não cicatrizadas. Assim, nos expõe ao desconforto das situações concretas. Então, só há duas possibilidades para quem assiste à produção: repudiar o que se vê na tela ou refletir sobre aquilo. Não há duvidas que muitos críticos optaram pelo caminho mais fácil. Porém, o filme envelheceu como vinho.

Sinopse do filme Lindas de Morrer

Lindas de Morrer se passa em Mount Rose, uma pequena cidade do Minnesota. Neste município, há uma grande movimentação para a 50ª edição do Jovem Princesa da América. Este é o mais antigo concurso de beleza dos Estados Unidos. Assim, a vencedora irá disputar o prêmio estadual. Já quem vencer esta etapa disputará o prêmio nacional.

Gladys Leeman (Kirstie Alley), que já venceu o concurso e pertence à família mais rica de Mount Rose, quer que sua filha, Becky Leeman (Denise Richards), seja a vencedora. Afinal, Gladys está disposta a fazer qualquer coisa, literalmente falando, para ver sua filha como a ganhadora. Porém, existe uma maquiadora de defuntos, Amber Atkins (Kirsten Dunst), que se mostra uma forte rival.

Crítica do filme Lindas de Morrer

A ascensão do filme com o tempo se deve, principalmente, às leituras feministas e queers que extrairam várias camadas de humanidades da sátira. Isso se deve, especialmente, ao elenco de primeiro nível que incluiu de Kirsten Dunst a Amy Adams, de Denise Richards a Allison Jenney e Brittany Murphy. Todas elas brilham ao evidenciarem toda a complexidade humana que se esconde por trás de arquétipos. Assim, a obra percebe de maneira cirúrgica que as vivências em uma sociedade adoecidade são, de fato, desumanizadas e perturbadoras. Além de, frequentemente, nada sutis.

Tudo isso se evidencia na tela de maneira absolutamente corajosa. Não há quem escape dessa lente crítica. Além disso, aspectos da feminilidade na adolescência, como a ingenuidade e a sexualização, são trabalhados com sensibilidade. É possível, dessa forma, perceber muito do que devemos melhorar em sociedade. Além disso, este é um dos filmes que mais sabiamente aborda o ufanismo e as interações entre as classes nos Estados Unidos.

Avaliação

Avaliação: 4.5 de 5.

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Sophia Mendonça é jornalista, professora universitária e escritora. Além disso, é mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Ela também ministrou aulas de “Tópicos em Produção de Texto: Crítica de Cinema “na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), junto ao professor Nísio Teixeira. Além disso, Sophia dá aulas de “Literatura Brasileira Contemporânea “na Universidade Federal de Pelotas (UfPel), com ênfase em neurodiversidade e questões de gênero.

Atualmente, Sophia é youtuber dos canais “Mundo Autista” e “Filmes Para Sempre“, crítica de cinema no “Portal UAI” e no “Letterboxd” e repórter da “Revista Autismo“. Aliás, ela atua como criadora de conteúdo desde 2009, quando estreou como crítica de cinema, colaborando com o site Cineplayers!. Também, é formada nos cursos “Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica” (2020) e “A Arte do FIlme” (2018), do professor Pablo Villaça.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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