Arte e entretenimento

Crítica: Lady Bird – A Hora de Voar

“Lady Bird – A Hora de Voar” (2017) foi o primeiro filme da atriz e cineasta Greta Gerwig como diretora. Ou seja, ele veio antes dos também aclamados “Adoráveis Mulheres” (2019) e “Barbie” (2023). E aqui Greta já se mostrava uma grande autora. Afinal, logo na estreia, ela se consagrou como a quinta mulher da História a receber uma indicação ao Oscar de Melhor Direção.

Qual a história de Lady Bird – A Hora de Voar?

Christine McPherson (Saoirse Ronan) está no último ano do ensino médio e o que mais deseja é ir fazer faculdade longe de Sacramento, Califórnia. Porém, a ideia firmemente rejeitada pela mãe dela (Laurie Metcalf). Mesmo assim, Lady Bird, que é como a garota de forte personalidade exige ser chamada, não se dá por vencida. Então, ela leva o plano de ir embora adiante. Porém, enquanto a hora não chega, ela se divide entre as obrigações estudantis no colégio católico e o primeiro namoro. Isso ocorre em meio a típicos rituais de passagem para a vida adulta e inúmeros desentendimentos com a mãe.

“Lady Bird – A Hora é de Voar” não é tão maduro quanto as próximas obras da filmografia de Greta Gerwig como diretora. Afinal, ela ainda não manifestava o impecável domínio de ritmo que viria depois. Com isso, a narrativa não é tão coesa quanto a dos outros filmes. Isso porque a cineasta aposta em um ritmo contemplativo e pequenas situações que no todo não parecem evocar o mesmo sentimento impactante que paira após assistir a “Barbie” ou “Adoráveis Mulheres”. Mesmo assim, as qualidades que tornavam essas obras de arte ao mesmo tempo densas e acessíveis já aparecem aqui, em menor escala.

Filme da diretora de Barbie lhe rendeu indicação ao Oscar

Dessa forma, o filme tem toda uma aura de comédia dramática independente sobre disfunções familiares. Porém, “Lady Bird – A Hora de Voar” também consegue se dirigir a públicos mais amplos. Assim, a obra toca em aspectos universais do crescimento sob uma lente feminina da relação entre mãe e filha, que se fortalece nos desempenhos sublimes de Saiorse Ronan e Laurie Metcalf. Com isso, há um forte teor de autenticidade e ternura nessa narrativa com inspiração autobiográfica. E claro, parte desses méritos vem do talento de Greta Gerwig como diretora de atores. Ou seja, mesmo os personagens coadjuvantes são repletos de detalhes e revelações interessantes.

Avaliação

Avaliação: 3.5 de 5.
Sophia Mendonça

Autora da Crítica

Sophia Mendonça é uma influenciadora, escritora e desenvolvedora brasileira. É mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.

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