Crítica: Ghost – Do Outro Lado da Vida (1990)

Chega a ser redundante dizer que “Ghost: Do Outro Lado da Vida” (1990) é um clássico que marcou os anos 90. Assim, trata-se de um tocante e inovador para a época. Dessa forma, o diretor Jerry Zucker (“Apertem os Cintos: O Piloto Sumiu”), embora especialista em comédias, não teve medo de se arriscar em uma obra que transita entre diversos gêneros. Com isso, Ghost apresenta humor, ação, tensão, emoção, suspense, romance e sobrenatural. Isso tudo aparece em doses muito bem calculadas para levar a plateia a um alto nível de envolvimento, ternura e diversão. 

Clássico da Sessão da Tarde dos anos 1990 rendeu o Oscar a Whoopi Goldberg

Não à toa, o filme faturou merecidamente dois Oscar: o de Melhor Roteiro Original (para Bruce Joel Robin) e o de Melhor Atriz Coadjuvante para Whoopi Goldberg. Inclusive, Whoopi tornou-se, por este papel, a primeira mulher negra a ter duas indicações ao Oscar por interpretação e a segunda a vencer um prêmio da Academia por atuar.

Sam Wheat (Patrick Swayze) e Molly Jensen (Demi Moore) formam um casal muito apaixonado que tem suas vidas destruídas. Isso porque, ao voltarem de uma apresentação de “Hamlet”, eles recebem um ataque. Então, Sam morre. No entanto, o espírito dele não vai para o outro plano.

Ele decide ajudar Molly, porque ela corre o risco de ser morta. Além disso, quem comanda a trama é o mesmo homem que tirou a vida dele, que é quem Sam considerava melhor amigo. Dessa forma, para poder se comunicar com Molly, ele se alia a Oda Mae Brown (Whoopi Goldberg). Ela é uma médium trambiqueira que consegue ouvi-lo e, assim, alertar a esposa dele do perigo que ela corre.

Ghost – Do Outro Lado da Vida é filme engraçado e emocionante

É difícil lembrar-se desse filme e se esquecer de sua encantadora música tema, Unchained Melody, que propicia o clima romântico em algumas cenas. Afinal, sem serem explícitas, elas são marcantes pela sensualidade. Claro que grande parte do mérito se deve à química fantástica entre Demi Moore e Patrick Swayze. Porém, quem rouba a cena é Whoopi Goldberg. Isso porque a atriz venceu o Oscar pelo papel da vidente Oda Mae Brown e foi considerada pela revista Premiere como uma das cem melhores personagens de todos os tempos do cinema neste papel.

Dessa forma, Whoopi Goldberg tem a chance de explorar o considerável talento como comediante Isso ocorre principalmente ao encarnar o lado malandro da personagem. Ainda assim, Whoopi não deixa de conferir ternura a uma mulher de personalidade marcante e forte veia cômica. Além disso, ela impressiona pela naturalidade como transita entre mudanças repentinas de momentos cômicos para dramáticos.

Com efeitos especiais competentes considerando-se o ano de lançamento do longa-metragem, “Ghost – Do Outro Lado da Vida” é uma obra deliciosa. Assim, é um daqueles filmes de cabeceira que devemos guardar para revisitarmos sempre que quisermos ter uma boa dose do que a experiência cinematográfica de boa qualidade pode proporcionar.

Avaliação

Trailer

Autora da Crítica

Sophia Mendonça é uma youtuber, podcaster, escritora e pesquisadora brasileira. Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.