Eu Ainda Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado é uma reunião de convenções dos filmes de terror adolescente do final dos anos 1990.
Com uma receita clássica do terror adolescente dos anos 90, “Eu Ainda Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado” reúne clichês como personagens jovens e estereotipados e cenários isolados e ameaçadores. Contudo, o roteiro tropeça em uma premissa geográfica risível envolvendo o Brasil, e o terror propriamente dito demora a se manifestar. A segunda metade, no entanto, eleva a atmosfera de suspense e horror de forma mais eficaz. A adição de Brandy Norwood a um elenco já talentoso contribui para o entretenimento
Dois anos após o fatídico acidente, Julie (Jennifer Love Hewitt) retorna à escola assombrada por pesadelos. Ela busca conforto em Will (Matthew Settle), um novo amigo. Karla (Brandy), sua melhor amiga, tenta aproximá-los romanticamente e vê a oportunidade perfeita quando ganha uma viagem para as Bahamas para quatro pessoas. Apesar de ainda pensar em Ray (Freddie Prinze Jr.), seu ex-namorado, Julie viaja com Will como amigo, enquanto Karla leva seu namorado Tyrell (Mekhi Phifer).
A aparente tranquilidade se esvai quando Ray descobre que Ben Willis (Muse Watson), o assassino do pescador, está vivo e já fez vítimas entre seus conhecidos. Em vão, Ray tenta alertar Julie e parte desesperadamente para a ilha onde ela está com os amigos. Sentindo que algo está errado, Julie se vê isolada pela forte tempestade que impede qualquer saída. A confirmação de suas suspeitas vem com uma série de mortes brutais, revelando que o pescador está na ilha com um objetivo claro: matar Julie.
“Eu Ainda Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado” envelheceu como um filme de terror juvenil. As ameaças óbvias ignoradas pelos personagens, a trama absurda com o Brasil e os diálogos artificiais são exemplos disso. As tentativas de humor falham em divertir, tornando-se irritantes. As situações previsíveis e pouco convincentes chegam a gerar risos involuntários. Além disso, a excessiva dedicação à construção superficial do trauma da protagonista torna a narrativa arrastada. Apesar dessas falhas, o filme ainda pode funcionar como um entretenimento passageiro.
Sophia Mendonça é jornalista, professora universitária e escritora. Além disso, é mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Ela também ministrou aulas de “Tópicos em Produção de Texto: Crítica de Cinema “na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), junto ao professor Nísio Teixeira. Além disso, Sophia dá aulas de “Literatura Brasileira Contemporânea “na Universidade Federal de Pelotas (UfPel), com ênfase em neurodiversidade e questões de gênero.
Atualmente, Sophia é youtuber do canal “Mundo Autista”, crítica de cinema no “Portal UAI” e repórter da “Revista Autismo“. Aliás, ela atua como criadora de conteúdo desde 2009, quando estreou como crítica de cinema, colaborando com o site Cineplayers!. Também, é formada nos cursos “Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica” (2020) e “A Arte do FIlme” (2018), do professor Pablo Villaça.
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