Quentin Tarantino é um cineasta de estilo peculiar, que parece ter atingido o ápice em “Era Uma Vez em Hollywood!”. Assim, ele parece seguir sempre a mesma receita em seus filmes. Porém, é justamente por isso que o diretor contraria a crença de que, na arte, o “conteúdo” é mais importante do que “forma”. Afinal, o conteúdo, seja nas referências à Sétima Arte presentes em seus longas-metragens, seja na (re)construção de fatos históricos, é o mesmo para todos os espectadores e cineastas.
Então, para muitos, as obras dele podem soar confusas para quem não tem conhecimento prévio dos assuntos abordados. Este é é o caso aqui do assassinato da atriz Sharon Tate, esposa do diretor Roman Polanski, por Charles Manson e a seita dele. Além disso, outros poderão reclamar de problemas do ritmo e a maioria do grau de violência, por vezes exacerbada, que aparece na tela.
Contudo, não há como negar que a estética do cineasta é capaz de transformar esses elementos em algo belo ou no mínimo curioso. Assim, no caso de “Era uma Vez em Hollywood”, há um quê até sentimental por trás de toda a violência e do jeito bruto de alguns personagens. Com isso, o filme traz novidades em relação ao que pode-se antecipar de Tarantino.
Dessa forma, “Era uma Vez em Hollywood!” eleva-se um degrau acima de “Bastardos Inglórios” e “Django Livre”. Afinal, desta vez, a homenagem ao cinema não é um mero floreio. Isso porque ela está no cerne do filme, o que é muito bem-vindo. Já o elenco de primeiro nível, que tem liderança de Brad Pitt e Leonardo DiCaprio, mostra-se perfeitamente alinhado com a proposta do diretor:. Ou seja, este é um filme sobre a arte repleto de humor perverso e boas reflexões.
Sophia Mendonça é uma youtuber, podcaster, escritora e pesquisadora brasileira. Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.
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