Arte e entretenimento

Crítica: Enfeitiçados (2024)

Enfeitiçados apresenta uma proposta curiosa e tematicamente relevante no ambito dos contos de fadas para crianças e familiares. Isso acontece porque o longa-metragem pretende se estabelecer como uma alegoria para o divórcio dos pais durante a adolescência de uma garota. Com isso, evidencia os impactos dos conflitos entre o pai e a mãe na filha. Aliás, ela passa a se sentir responsável e até culpada pelo sucesso ou fracasso da relação dos pais.

Sinopse do filme Enfeitiçados

Enfeitiçados acompanha a história de Elian (Rachel Zegler), uma adolescente que atinge a maioridade usando seus poderes mágicos. A princesa utilizou desse recurso para que pudesse embarcar em uma ousada missão para defender a sua família, quando um misterioso feitiço, provocado por forças opostas da luz, transforma seus pais, o Rei Solon (Javier Bardem) e a Rainha Ellsmere (Nicole Kidman), monarcas do reino de Lumbria, em monstros. Como resultado desse desastre mal-intencionado, as trevas ameaçam dividir seu reino.

Este é um excelente mote para a diretora Vicky Jensen, que já satirizou os contos de fadas no aclamado vencedor do Oscar Shrek em 2001, retornar a esse universo. Além de, é claro, explorar suas potencialidades de revelar doçura e humor. Porém, apesar da premissa inovadora e interessante, a metáfora que alicerça o filme revela-se mal concebida. Afinal, sua real natureza é divulgada como uma surpresa da história. Mas, antes disso, toda essa metáfora já havia sido dissecada de modo óbvio. Ou seja, o significado é cada vez mais sublinhado no decorrer do filme. Essa opção não apenas infantiliza a obra, como também restringe as possibilidades de criatividade e reflexão.

Resenha do filme Enfeitiçados

Com isso, mesmo simpático, Enfeitiçados revela-se um longa-metragem superficial e bobinho. Isso porque toda a ambientação, assim como os personagens, parece subaproveitada. Dessa forma, a experiência parece ser a de assistir a um rascunho do que a obra poderia ser. O único aspecto melhor trabalhado é a trilha sonora. Afinal, as canções do veterano Alan Menken conseguem tornar a narrativa mais envolvente.

Avaliação

Avaliação: 2.5 de 5.

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Sophia Mendonça é jornalista, professora universitária e escritora. Além disso, é mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Ela também ministrou aulas de “Tópicos em Produção de Texto: Crítica de Cinema “na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), junto ao professor Nísio Teixeira. Além disso, Sophia dá aulas de “Literatura Brasileira Contemporânea “na Universidade Federal de Pelotas (UfPel), com ênfase em neurodiversidade e questões de gênero.

Atualmente, Sophia é youtuber do canal “Mundo Autista”, crítica de cinema no “Portal UAI” e repórter da “Revista Autismo“. Aliás, ela atua como criadora de conteúdo desde 2009, quando estreou como crítica de cinema, colaborando com o site Cineplayers!. Também, é formada nos cursos “Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica” (2020) e “A Arte do FIlme” (2018), do professor Pablo Villaça.

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