Encantada tem todos os ingredientes de uma divertida e charmosa animação em contos de fadas da Disney. Ao mesmo tempo, o filme de Kevin Lima traz elementos de uma comédia romântica que se passa nos cenários urbanos de Nova York. Dessa forma, o grande mérito da produção é como ela choca essas duas realidades. Assim, o que vemos na tela é ao mesmo tempo uma sátira e uma homenagem a esses filmes de princesa que tanto amamos.
Giselle (Amy Adams) é uma bela princesa que foi recentemente banida por uma rainha malvada de seu mundo mágico e musical. Com isso, ela agora está na Manhattan dos dias atuais. Este mostra-se um local completamente diferente de onde ela vivia. Logo, Giselle recebe a ajuda de Robert (Patrick Dempsey). Ele é um advogado divorciado por quem a princesa se apaixona. Só que Giselle já está prometida em casamento para o príncipe Edward (James Marsden). Então, Edward decide também deixar o mundo mágico para reencontrar sua amada.
A narrativa de Encantada parece tradicional demais para um desenho animado clássico. Porém, ao trazê-la para o mundo real, os realizadores deste longa-metragem conseguem passar a impressão de que tudo o que assistimos é divertidamente ousado. E o filme funciona muito bem graças ao elenco que sabe lidar com os paradoxos. Um exemplo disso é a bela interpretação de Idina Menzel como a noiva do personagem de Patrick Dempsey. Isso porque Idina cria uma personagem simpática e legal, mas que não tem aquele jeito adorável de princesa dos contos de fadas.
Assim, cabe a Amy Adams ser o pilar do filme. Ela é uma atriz talentosa e já brilhou muito em papéis dramáticos. Porém, aqui Amy evidencia também ótima forma cômica. Dessa forma, ela cativa como uma princesa amável e que deve permanecer assim mesmo com o choque provocado pela mudança de cenário e contexto. No mais, o filme conta com momentos de animação e musicais marcantes, que conferem um clima mágico à produção. E o sucesso foi tanto que gerou uma continuação, “Desencantada” (2022).
Sophia Mendonça é uma influenciadora, escritora e desenvolvedora brasileira. É mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.
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