Crítica: Dois Papas (2018) - O Mundo Autista
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Crítica: Dois Papas (2018)

Jonathan Pryce e Anthony Hopkins brilham em Dois Papas. Filme traz reflexões instigantes sobre igreja e religião.

Jonathan Pryce e Anthony Hopkins brilham em Dois Papas. Filme traz reflexões instigantes sobre igreja e religião.

Jonathan Pryce e Anthony Hopkins brilham em Dois Papas. Filme traz reflexões instigantes sobre igreja e religião.

Dois Papas é um filme que leva à reflexão sobre o que é ser uma pessoa de fé, dentro ou fora da Igreja Católica. Além do que seria a figura de Deus na atual conjuntura de nossa sociedade. Estes são pensamentos importantes para a preservação dos Direitos Humanos. A obra tem direção do brasileiro Fernando Meirelles, que retrata a amizade improvável entre o conservador Bento XVI e o progressista Papa Francisco. Dessa forma, o filme vai além da documentação de uma instituição em crise e, posteriormente, em processo de renovação.

Filme traz reflexões instigantes sobre igreja e religião

Ou seja, acima de tudo, Dois Papas nos convida a olhar de frente para nossa própria humanidade. Isso significa perceber o bem e o mal que existem latentes em cada um de nós, independentemente de posição social. Então, apesar de não ir a fundo nos temas, o longa-metragem consegue transmitir a mensagem de altruísmo e da “verdade que é inútil se explicitada sem benevolência” .

Também é interessante a percepção de que, mesmo concatenando ideias que já foram muito visitadas por pensadores de outros povos e culturas, o Papa Francisco seja uma das figuras mais progressistas do século XXI. Isso ocorre justamente pelos discursos que, mesmo por vezes óbvios, são positivamente chocantes, reenergizantes e valiosos. Esse impacto surge principalmente por serem falas de alguém em tal posição, em uma das organizações religiosas mais tradicionais do mundo.

Jonathan Pryce e Anthony Hopkins brilham em Dois Papas

Daí, pois, a força da interpretação de Jonathan Pryce, no papel do Papa Francisco. Afinal, ele recebe com glória a difícil missão de contracenar com o brilhante Anthony Hopkins. Este é sublime em cada detalhe, gesto e expressão, seja ela dramática ou bem-humorada. Já Pryce revela um cardeal Jorge Bergoglio nos lados luz e sombra. Ou seja, alguém preso em meio às amarras de suposta perfeição que o cargo exige e que contrasta com os escândalos religiosos da Igreja, inclusive em época de ditadura.

Assim, o filme se contrói nos movimentos de câmera, nas interpretações perfeitas dos protagonistas e até pelo humor, que às vezes recebe a colaboração da trilha sonora. Ela inclui até mesmo “Dancing Queen”, do ABBA. Com isso, “Dois Papas” nos convida a olhar com intimidade para duas figuras que, por uma série de aspectos, acostumamos a ver como muito distante de nós.

Avaliação

Avaliação: 4 de 5.

Autora da Crítica

Sophia Mendonça é uma youtuber, podcaster, escritora e pesquisadora brasileira. É mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG). Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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