Crítica: Bicho Papão - O Conto (2023) - O Mundo Autista
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Crítica: Bicho Papão – O Conto (2023)

Bicho Papão é terror sobre luto, medo e paranoia. Horror psicológico fracassa ao tentar se tornar acessível ao público infantojuvenil.

Bicho Papão é terror sobre luto, medo e paranoia. Horror psicológico fracassa ao tentar se tornar acessível ao público infantojuvenil.

Bicho Papão é terror sobre luto, medo e paranoia. Horror psicológico fracassa ao tentar se tornar acessível ao público infantojuvenil.

“Bicho Papão: O Conto” (2023) é um filme de terror tedioso e irritante. Isso ocorre porque há uma falha grave de conceito na construção do longa-metragem. Ou seja, o diretor Rob Savages busca criar um filme de terror psicológico inteligente que ao mesmo tempo seja acessível ao público infanto-juvenil. Então, o filme não consegue nem se aprofundar nas ideias amedrontadoras nem se estabelecer como uma fábula metafórica infanto-juvenil. 

Bicho Papão é terror sobre luto, medo e paranoia

Este é um filme de terror baseado no conto The Boogeyman, de Stephen King. Então, seguindo a história original, a trama acompanha uma família após a trágica morte da matriarca. Daí, conhecemos Sadie Harper (Sophie Thatcher, que é uma adolescente de 16 anos tentando lidar com a desolação pela perda mãe.

Ao mesmo tempo em que processa o luto, Sadie enfrenta uma presença completamente sádica e maligna que atormenta ela e a irmã mais nova, Sawyer (Vivien Lyra Blair). Juntas, as irmãs tentam convencer o pai, Will (Chris Messina) de que um bicho-papão com poderes sobrenaturais está à espreita. Porém, o homem, também lidando com seu próprio luto,  não acredita nas filhas. Mesmo assim, uma das hipóteses para esse pesadelo é de que a entidade esteja, provavelmente, atrás da família desde que um paciente desesperado visitou Will, que trabalha em casa como psiquiatra.

Horror psicológico fracassa ao tentar se tornar acessível ao público infantojuvenil

“Bicho Papão: O Conto” aproveita-se da figura do personagem título consolidado na imagem popular. Assim, o filme dialoga com o medo e a paranóia por meio de uma trama sobre o luto. Dessa forma, há um clima sombrio e triste que paira sobre toda a projeção. Mas, na prática, a obra revela-se desagradável e jamais assustadora. E nem os artifícios sonoros melhoram essa impressão. Pelo contrário, eles se tornam irritantes depois de um tempo. A meu ver, quem tem curiosidade por um terror inteligente infanto juvenil será muito melhor atendido por “Coraline e o Mundo Secreto” (2009).

Avaliação

Avaliação: 2 de 5.
Sophia Mendonça

Autora da Crítica

Sophia Mendonça é uma influenciadora, escritora e desenvolvedora brasileira. É mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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